Como a imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer avançado na junção esofagogástrica

Como a imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer avançado na junção esofagogástrica

Esse é um tipo de tumor que se forma na região onde o esôfago encontra o estômago, conhecida como junção esofagogástrica, região fundamental para o funcionamento do sistema digestivo, sendo responsável por controlar a passagem dos alimentos da garganta para o estômago. No entanto, quando células anormais começam a crescer de forma descontrolada nesse local, elas podem formar um tumor que compromete a passagem dos alimentos e pode se espalhar para outras partes do corpo.

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Ao longo dos anos, a incidência desse tipo de câncer tem aumentado, especialmente nos países ocidentais, impactado especialmente por mudanças nos hábitos alimentares, aumento da obesidade e o aumento do refluxo gastroesofágico crônico. A doença se manifesta de maneira silenciosa, e quando os sintomas aparecem, muitas vezes já está em um estágio avançado. Isso torna a conscientização sobre os fatores de risco e a detecção precoce fundamentais para melhorar os resultados do tratamento.

Estratégias Diagnósticas: Como Detectar o Câncer Precoce?

Detectar o câncer da transição esôfagogástrica precocemente é um desafio, mas existem algumas estratégias eficazes que podem ajudar:

Endoscopia Digestiva Alta: É o principal exame para detectar alterações na junção esofagogástrica. Através de um tubo flexível com uma câmera, é possível visualizar diretamente o esôfago e o estômago, identificar lesões suspeitas e realizar biópsias para análise.
Biópsias: Durante a endoscopia, pequenos pedaços de tecido são removidos e analisados em laboratório para verificar a presença de células cancerígenas ou pré-cancerígenas.
Exames de Imagem: A tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem ser utilizadas para avaliar a extensão do tumor e identificar metástases (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo).
Ecoendoscopia: Combina a endoscopia com o ultrassom para avaliar a profundidade do tumor na parede esofágica e a presença de linfonodos comprometidos.
Pet-CT: Utilizado em casos específicos, este exame combina a tomografia com a emissão de pósitrons para detectar metástases em outras partes do corpo.

Quando detectado precocemente existe aumento significativo nas chances de cura, permitindo tratamentos menos agressivos. Portanto, pessoas que apresentam sintomas persistentes, como azia intensa, dificuldade para engolir ou dor abdominal, devem procurar um médico para avaliação.

Fatores de Risco: O Que Aumenta as Chances de Desenvolver o Câncer?

Compreender os fatores de risco é crucial para a prevenção e a detecção precoce. Aqui estão os principais:

Refluxo Gastroesofágico Crônico: A exposição contínua do esôfago ao ácido estomacal pode causar danos que predispõem ao desenvolvimento do esôfago de Barrett, uma condição que aumenta significativamente o risco de câncer.
Idade e Gênero: Homens com mais de 50 anos têm maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, especialmente aqueles com histórico de refluxo não tratado.
Obesidade: O excesso de peso, principalmente na região abdominal, está fortemente associado ao risco de adenocarcinoma na junção esofagogástrica.
Tabagismo: Fumar danifica o revestimento do esôfago, aumentando a chance de mutações celulares que podem levar ao câncer.
Consumo Excessivo de Álcool: O álcool irrita a mucosa esofágica e gástrica, facilitando o desenvolvimento de alterações celulares que podem evoluir para câncer.
Dieta Pobre em Fibras e Rica em Alimentos Processados: Uma alimentação com baixo consumo de frutas, vegetais e fibras e alta em alimentos processados e defumados aumenta o risco de câncer esofagogástrico.
Infecção por Helicobacter pylori: Esta bactéria é mais comumente associada ao câncer gástrico, mas em algumas situações também pode influenciar o risco na junção esofagogástrica.

Imunoterapia: Um Novo Horizonte de Esperança

Nos estágios avançados da doença as opções de tratamento tornam-se limitadas, impactando a qualidade de vida dos pacientes. Nesse cenário, a imunoterapia surge como uma nova perspectiva, oferecendo esperança para aqueles que enfrentam a doença em fases mais avançadas.

Utilizando o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer, a imunoterapia ajuda o reconhecimento da doença e destruição celular de maneira mais eficaz. Isso é particularmente útil em casos em que o câncer já se espalhou para outras partes do corpo e onde os tratamentos convencionais não são mais eficazes.

Possíveis Desfechos com a Imunoterapia

Controle Prolongado da Doença: A imunoterapia pode ajudar a manter o câncer sob controle por períodos mais longos, retardando sua progressão e oferecendo aos pacientes mais tempo para viver com qualidade.
Melhora na Qualidade de Vida: Com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional, a imunoterapia permite que muitos pacientes continuem suas atividades diárias e aproveitem momentos importantes com suas famílias.
Respostas Duradouras: Em alguns pacientes, a imunoterapia pode levar a respostas duradouras, com o sistema imunológico continuando a combater as células cancerígenas mesmo após o término do tratamento.

O câncer da transição esôfagogástrica é um desafio significativo, especialmente em estágios avançados. No entanto, com estratégias diagnósticas eficazes e um maior conhecimento dos fatores de risco, é possível detectar a doença precocemente e melhorar as chances de sucesso no tratamento. Para aqueles em estágios mais avançados, a imunoterapia traz uma nova perspectiva de esperança, oferecendo a possibilidade de controle prolongado da doença e uma melhor qualidade de vida. Educar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce é essencial para transformar essa esperança em realidade para mais pessoas.

*Por Dr. Felipe Roth Vargas – CRM: 155352-SP RQE Nº: 94668
Médico Radiologista 

Fonte: Jovem Pan Read More