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01/02/2025A campanha presidencial nos Estados Unidos foi marcada por uma retórica econômica muito diferente por ambos os candidatos. Enquanto Kamala Harris representava a continuação da política democrata de boa vizinhança e de conformismo com a aproximação da economia chinesa à americana, em múltiplos setores, Donald Trump advogou desde o princípio por uma política protecionista, buscando punir através de taxações às nações que representassem um déficit para a balança comercial dos Estados Unidos. Após a vitória do republicano, as promessas de campanha ganharam mais corpo, e com a posse, se tornaram realidade.
Durante seu primeiro governo, Donald Trump travou uma voraz guerra comercial com a China. Seu principal argumento, bastante convincente para seu eleitorado, se baseava em uma vantagem competitiva dada às empresas chinesas pelos próprios governos democratas, permitindo que companhias americanas se instalassem na China pela sua mão de obra mais barata.
As medidas econômicas tomadas pelo presidente norte-americana não são novidades na história do comércio global, mas mostraram-se pouco eficientes em um mundo onde as cadeias de produção são tão integradas e dependentes de vários países trabalhando em conjunto. Na visão de Trump, uma nação tão grande em área, crescente população e abundante em recursos, como os Estados Unidos, não deveria depender de ninguém, além da própria boa vontade dos norte-americano,s para ser bem-sucedida e autossuficiente.
As ameaças tarifárias não pouparam nem mesmo os dois vizinhos dos Estados Unidos, ao sul o México e ao norte o Canadá. As duas nações amigas e que tem os norte-americanos como seu maior parceiro comercial não tiveram a misericórdia do Senhor das tarifas, quando foram anunciadas taxas de 25% aos produtos mexicanos e canadenses que chegarem aos Estados Unidos a partir de 01 de fevereiro.
A administração de Trump, todavia, não deixou claro se gás e petróleo também serão taxados, mas as possibilidades estão a ser consideradas para todos os setores e produtos. O ainda primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que responderá de forma proporcional e imediata às tarifas impostas. A presidente mexicana, Claudia Scheinbaum, por sua vez, declarou ter a cabeça fria para tomar decisões que responderão a Donald Trump de maneira contundente buscando o interesse de seu povo.
A principal antagonista dos norte-americanos, a China, também será taxada em 10% de seus produtos. A escolha de Trump, neste caso, foi mais ortodoxa, porque mesmo adotando uma visão protecionista, sabe da dependência de seu país dos produtos chineses e percebe o enorme prejuízo que tal decisão poderia ter ao longo prazo. No caso chinês, a manobra da nova administração foi mais focada no seu simbolismo à efetividade da medida no cenário econômico atual.
Para concluir um dia de distribuições de tarifas, Trump, deixou claro que vai taxar a União Europeia e outros países, possivelmente incluindo nações do BRICS como o Brasil e a Índia. Na agenda econômica do republicano o mais importante no primeiro mês de governo, é mandar uma mensagem clara a todo o mundo: há um novo xerife na cidade.
Em um planeta com nações tão desiguais em suas capacidades econômicas, a lei do mais forte é aplicada de forma bem-sucedida, mas em uma ordem multipolar às vezes são outras nações mais fortes que acabam ganhando com o protecionismo desmedido. Mais cedo ou mais tarde, veremos se a política tão passionalmente defendida pelo recém-empossado presidente, Trump, fará ou não a América grande novamente.
Fonte: Noticias ao Minuto Read More