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A República Dominicana tenta agilizar, nesta sexta-feira (11), as autópsias e a liberação dos corpos das mais de 200 vítimas do desabamento da boate em Santo Domingo, enquanto familiares desesperados se reúnem do lado de fora do necrotério. As autoridades instalaram ao redor do local seis tendas de medicina legal. Todas estão cheias de pessoas que se abrigam de uma forte chuva enquanto esperam por notícias de seus entes queridos. O pessoal que trabalha na identificação das vítimas os localiza com um megafone. Os nomes das vítimas também aparecem em uma lista projetada em um telão.
Até a tarde de quinta-feira, o necrotério realizou 123 autópsias de um total de 221 corpos recuperados entre os escombros da casa noturna Jet Set, que desabou em 8 de abril durante um show do cantor de merengue Rubby Pérez. Pérez está entre os mortos, assim como uma governadora e dois ex-jogadores de beisebol. Foram resgatadas com vida 189 pessoas. Os familiares exigem celeridade; alguns se levantam e protestam. O governo pede paciência. “Nos entregaram um corpo que não era ela”, protestou Julio Alberto Acosta, que perdeu sua enteada na tragédia. “Nos entregaram um saco e dissemos que teríamos que abri-la para ver se era ela, mas não era ela.”
“Queremos que nos entreguem a que realmente é, para que sua mãe a veja e vá enterrá-la”, exigiu.
“Desesperador”
O governo informou que contratou temporariamente 12 médicos legistas para agilizar as autópsias e a liberação dos corpos. “Ninguém ficará sem identificação e ninguém ficará sem resposta”, prometeu o ministro da Saúde, Victor Atallah. “Vamos mover cada pedra que precisar ser movida.” O corpo do irmão de Yuni García apareceu na quinta-feira de madrugada. Ele trabalhou na Jet Set como segurança por 10 anos. “Foi o último lugar onde eles procuraram e tiraram escombros”, disse García à AFP. “Soube que ele está num quarto frio e vão tirá-lo para fazer a autópsia (…) É desesperador!”, declarou entre lágrimas.
O governo prorrogou o luto nacional por mais três dias e anunciou a criação de uma comissão de especialistas nacionais e internacionais para apurar as causas do que é considerada a pior tragédia dos últimos anos no país caribenho. A prefeitura do Distrito Nacional da capital providenciou seis funerárias com 170 caixões gratuitamente.
Despedidas
Imagens aéreas mostram o enorme buraco deixado pelo teto desabado da casa noturna e, no meio, máquinas de ar condicionado e plantas elétricas que pesavam toneladas. Mais de 300 pessoas trabalharam para remover os escombros, junto com um guindaste. Martelos hidráulicos também foram utilizados e dois cães ajudaram a detectar vestígios humanos.
“É hora de esclarecer e agir com prudência”, disse na quinta o porta-voz presidencial Homero Figueroa. “Este estudo técnico será conduzido com total transparência.” A cidade vizinha de Haina organizou um funeral coletivo para cerca de 20 pessoas na quinta-feira em uma quadra de basquete. Em Neyba, a cerca de 300 km da capital, foram realizados funerais nesta sexta. No Teatro Nacional de Santo Domingo, uma multidão em lágrimas e com canções se despediu da estrela do merengue Rubby Pérez.
*Com informações da AFP
Publicado por Fernando Dias
Fonte: Noticias ao Minuto Read More