
Diário do correspondente: minha chegada à Síria pós-guerra
09/06/2025
Motorista de aplicativo confessa ter assassinado Miss em Curitiba
09/06/2025
Esta segunda-feira (9) marcou o início do interrogatório do ex-chefe do Executivo e outros sete réus da ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado, ato que movimentou tanto os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram a mesma coisa. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, é o primeiro a depor. Como ele fechou acordo de colaboração premiada, os demais acusados têm o direito de falar por último. Nesta segunda-feira, foram interrogados Cid e o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). As perguntas feitas pelo ministro Luiz Fux, do STF, foram as que mais repercutiram entre grupos bolsonaristas. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid disse a Fux que a minuta de golpe não foi assinada, mas que Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações na minuta do golpe. Esse trecho foi cortado e divulgado em redes sociais por figuras como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o deputado estadual de São Paulo Bruno Zambelli (PL). “Pergunta de Fux acaba com o julgamento e prova inocência do Bolsonaro”, escreveu Gayer.
O PT, em especial, tratou de convocar a militância durante o dia “Prepare a pipoca, bote a cerveja para gelar e vamos engajar as redes”, dizia uma mensagem em circulação em grupos de WhatsApp petistas na manhã e no começo da tarde desta segunda-feira. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) postou um vídeo salgando a pipoca para assistir ao interrogatório. “Mauro Cid confirma tudo: Bolsonaro queria golpe e prender Alexandre de Moraes. Sem anistia! Bolsonaro preso já!”, escreveu Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, em publicação no X (ex-Twitter). “Era golpe mesmo. E agora tudo se confirma”, postou o Twitter no Instagram.
Segundo o Cid, Bolsonaro “enxugou” o documento, que inicialmente previa as prisões de diversas autoridades do Judiciário e do Congresso, como ministros do STF e o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Ele de certa forma enxugou o documento. Basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Mores) ficaria como preso. O resto…”, afirmou Mauro Cid. Moraes brincou: “O resto foi conseguindo um habeas corpus.”
“Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei”, disse Cid. Essa minuta com propostas golpistas teria sido levada a Bolsonaro pelo ex-assessor Filipe Martins, que cuidava de Assuntos Internacionais, segundo Mauro Cid. Fux acabou se tornando o membro da Primeira Turma do STF a quem bolsonaristas costumam reservar boas expectativas no julgamento da ação penal. Foi ele quem pediu vista do julgamento da cabeleireira Débora dos Santos, que pichou a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça no 8 de Janeiro. Fux já sinalizou que deve atuar como um “revisor informal” da relatoria de Alexandre de Moraes no caso que apura a tentativa de golpe de Estado. Durante a análise das questões preliminares da ação penal. Fux foi o único ministro a divergir do posicionamento de Moraes a favor do julgamento de Bolsonaro e dos demais denunciados na Primeira Turma em vez do plenário do STF.
Na sequência de Cid, os réus vão ser chamados por ordem alfabética: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto(ex-ministro da Defesa e Casa Civil).
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula
Fonte: Jovem Pan Read More