
Governo brasileiro espera extradição ‘em breve’ de Carla Zambelli, diz Lewandowski
14/06/2025
Advogada que denunciou Payet afirma que Borderline agravou quadro e conta detalhes do relacionamento
14/06/2025
Israel e Irã intensificaram dramaticamente seu confronto desta quinta-feira (12), trocando ataques diretos que elevam a rivalidade entre os dois países a um nível sem precedentes. Os eventos marcam uma perigosa escalada na já volátil situação do Oriente Médio, com preocupações crescentes sobre uma guerra aberta. Inimigos declarados, os dois países já tiveram uma convivência pacífica, mas a relação foi cortada a partir do triunfo da Revolução Islâmica no Irã, que transformou o país persa país de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, governada pelo Xá Mohammad Reza Pahlavi, em uma república teocrática sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini.
A tensão atual começou em abril de 2024, quando Israel bombardeou a embaixada iraniana na Síria, matando comandantes da Guarda Revolucionária. O Irã prometeu retaliação, e drones foram lançados contra Israel em 13 de abril. Em outubro de 2024, após a morte de líderes do Hamas e Hezbollah em bombardeios israelenses, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel, que respondeu com ataques que mataram soldados iranianos.
A crise atual, em junho de 2025, foi catalisada pelo anúncio do Irã de que aumentaria “significativamente” sua produção de urânio enriquecido, após condenação da AIEA por violações nucleares. Antecipando a retaliação, os EUA evacuaram embaixadas na região. Na noite de quinta-feira (12), a Força Aérea Israelense atacou o Irã, matando o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e dois cientistas nucleares. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel iniciou uma guerra. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém, visando civis, segundo Israel.
Nesta sexta-feira (13), Israel iniciou uma nova onda de ataques aéreos, e Teerã retaliou com drones. O chanceler iraniano classificou a ação israelense como “declaração de guerra”. Os alvos iniciais de Israel incluíram a cadeia de comando militar em Teerã e instalações nucleares em Natanz, resultando em 78 civis mortos e 329 feridos na capital iraniana.
A retaliação iraniana com drones não causou danos significativos em Israel, com muitos sendo abatidos pela Jordânia. O premiê israelense Benjamin Netanyahu alertou para “ondas muito fortes” de ataques. Israel continuou a bombardear diversas cidades iranianas, mirando indústrias e centros de lançamento de mísseis. A instalação de Natanz sofreu “danos consideráveis”, levantando preocupações da AIEA. O Exército iraniano prometeu resposta “sem limites”. Khamenei nomeou novos chefes militares, enquanto analistas estimam que o Irã pode ter material para seis ogivas nucleares.
A inação do Hezbollah em retalhar, apesar de condenar os ataques, foi notada. No entanto, os Houthis do Iêmen lançaram um míssil que feriu três crianças em Hebron, área palestina. O presidente americano, em tom de aviso ao Irã, declarou que os “linha-dura” estavam “todos mortos” agora”, prevendo ataques “ainda piores” com o apoio militar dos EUA, que mantêm ativos significativos na região.
A “Guerra nas Sombras”
A rivalidade entre Israel e Irã, antes uma “guerra nas sombras”, agora é aberta. A disputa começou em 1979, com a Revolução Islâmica, quando o Irã rompeu relações e passou a rejeitar Israel. Antes, as relações entre os dois países eram cordiais, com o Irã monárquico reconhecendo Israel. Contudo, a ascensão do aiatolá Khomeini e o estabelecimento da República Islâmica transformaram o Estado judeu em um inimigo declarado.
A partir de então, o Irã passou a apoiar e financiar grupos como o Hezbollah e o Hamas, consolidando um “eixo da resistência” anti-Israel em sua busca por hegemonia regional, enquanto Tel Aviv via em Teerã uma ameaça existencial e um regime que prega sua aniquilação. Ao longo dos anos, essa rivalidade se manifestou na complexa “guerra nas sombras”, com ataques indiretos e ações secretas. Israel é acusado de sabotar o programa nuclear iraniano e assassinar cientistas, enquanto o Irã é responsabilizado por atentados e pelo apoio a milícias que atacam interesses israelenses.
Conflitos em territórios como a Síria, onde ambos os países apoiam lados opostos, e confrontos marítimos também marcaram essa disputa velada. A escalada recente, impulsionada pelas ambições nucleares do Irã e pelos ataques israelenses a comandantes iranianos, transformou essa dinâmica. A troca de mísseis e drones entre os dois países, antes impensável em sua frontalidade, aponta para um cenário de maior imprevisibilidade e perigo, com o risco de um conflito de proporções ainda maiores na já efervescente região.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Noticias ao Minuto Read More