
Moraes autoriza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto
17/06/2025
Alcaraz e Sinner estreiam com vitórias na grama após épica final de Roland Garros
17/06/2025
O ataque sem precedentes de Israel ao Irã, com o objetivo declarado de impedir o país de desenvolver armas atômicas, é um duro golpe para o programa nuclear de Teerã, mas o impacto ainda não pode ser avaliado com precisão. Veja a seguir um resumo da situação:
Qual é o alcance dos danos?
A parte externa da planta piloto de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do país, foi “destruída”, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), citando informações das autoridades iranianas. Esta agência da ONU indicou, nesta terça-feira, que novos elementos mostram “impactos diretos nas salas subterrâneas”, segundo uma avaliação com base em imagens de satélite de alta resolução.
A outra planta de enriquecimento, a de Fordo, situada ao sul da capital iraniana, também foi atacada, mas “não foram registrados danos”, segundo a AIEA. Outros quatro edifícios foram atingidos na instalação nuclear de Isfahan, no centro do país, inclusive o laboratório central de química, uma planta de conversão de urânio, a planta de fabricação de combustível para o reator de pesquisas de Teerã e uma instalação em construção. É dentro do recinto deste complexo que supostamente se encontram as importantes reservas de urânio altamente enriquecido.
O programa nuclear pode ser destruído?
“Israel pode causar danos ao programa nuclear iraniano, mas é pouco provável que consiga destruí-lo”, assinalou à AFP o pesquisador Ali Vaez, da organização International Crisis Group. A razão, explica, é que Israel dispõe das bombas potentes necessárias “para destruir as instalações fortificadas de Natanz e Fordo”, enterradas a grande profundidade.Para isso, precisaria da “assistência militar americana”, confirma Kelsey Davenport, especialista da Arms Control Association, uma organização com sede nos Estados Unidos.
Os conhecimentos adquiridos por Teerã não podem ser aniquilados, embora nove cientistas tenham morrido nos ataques, acrescenta. Outra pergunta é o que ocorreu com as reservas de urânio enriquecido. Por enquanto, é impossível saber. “Se o Irã conseguir transferir algumas delas para instalações secretas, Israel terá perdido a partida”, ressalta Vaez.
Quais os riscos para a população?
A agência nuclear da ONU não reportou um aumento nos níveis de radiação ao redor das diferentes plantas afetadas. “Há muito poucos riscos de que os ataques às instalações de enriquecimento de urânio provoquem emissões radioativas e perigosas”, diz Davenport. Mas um ataque contra a usina nuclear de Bushehr, no sul do país, poderia, sim, ter “graves consequências para a saúde e o meio ambiente”, acrescenta. O Irã realmente está perto de obter a bomba atômica?
Após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional, em 2018, o Irã se desligou gradualmente de certas obrigações e acelerou o enriquecimento de urânio muito acima do limite estabelecido em 3,67%. Em meados de maio, o país dispunha de 408,6 kg de urânio enriquecido a 60%, perto dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica, segundo um relatório da AIEA consultado pela AFP.
O Irã é o único país não detentor de armas nucleares que produz este tipo de material, informou a agência da ONU. O último relatório da AIEA aponta que “não tem indícios críveis de que haja um programa nuclear estruturado”, destinado a adquirir armas nucleares, como pode ter ocorrido no passado. Teerã nega ter estas ambições.
*Com informações da AFP
Fonte: Noticias ao Minuto Read More