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Apoiadores da ex-presidente argentina Cristina Kirchner se reúnem em Buenos Aires nesta quarta-feira (18) para protestar contra a condenação a seis anos em prisão domiciliar que a líder de esquerda cumpre por corrupção, em meio a um novo protocolo policial do governo com revistas a manifestantes. Sob o slogan “Argentina com Cristina”, a manifestação convocada pelo peronismo, movimento político liderado por Kirchner, começará às 14h locais (mesmo horário em Brasília) na emblemática Praça de Maio, em frente à sede do governo. O ato reunirá partidos políticos, organizações sociais e os principais sindicatos, com delegações vindas de vários pontos do país. A polícia montou bloqueios nas vias de acesso à capital argentina, onde aplica um novo protocolo que permite revistar veículos e ônibus sem ordem judicial.
Dirigentes políticos e sindicais acusam as autoridades de tentar desestimular a participação. O protesto busca “acompanhar Cristina e exigir sua liberdade”, declarou o senador Eduardo de Pedro na rede social X. Kirchner, duas vezes presidente (2007-2015) e uma vez vice-presidente (2019-2023) foi condenada por gestão fraudulenta de contratos de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), uma decisão judicial confirmada na semana passada pela Suprema Corte.
Nesta terça-feira, um tribunal lhe concedeu a prisão domiciliar, que entrou em vigor imediatamente, e a isentou de comparecer pessoalmente à audiência, o que evitou uma concentração de apoiadores que planejavam acompanhá-la ao longo dos 5 quilômetros de sua casa até o tribunal. No entanto, isso não desmobilizou o protesto contra sua condenação, que a oposição considera uma proscrição.
“Intimidação”
Dirigentes sindicais denunciaram que os ônibus são revistados várias vezes em diferentes bloqueios ao longo das vias que levam à capital argentina. “Está impossível, não sei o que a Gendarmeria está buscando (…) Já é uma intimidação que não faz sentido”, disse à Rádio El Destape Daniel Catalano, dirigente do sindicato dos funcionários públicos. “O Estado de Direito? Bem, obrigado”, ironizou. Catalano assegurou que ônibus com manifestantes provenientes de cidades como “Bahía Blanca, Córdoba, Mendoza, San Luis, San Juan” foram parados até sete vezes no trajeto.
No terminal de trens suburbanos de Constitución, principal rede ferroviária de acesso à capital da populosa periferia sul, barreiras policiais param aqueles que levam cartazes ou identificação partidária para pedir documentos de identidade. O novo protocolo, imposto por decreto há 24 horas, permite deter qualquer cidadão para identificação por até dez horas sem a intervenção de um juiz. O chefe de Gabinete, Guillermo Francos, minimizou as críticas.
“Vai haver medidas de segurança para evitar qualquer tentativa de violência, me parece absolutamente normal”, disse Francos à Rádio Mitre. “Pedir o DNI (Documento Nacional de Identidade) faz parte do controle da rua”, acrescentou. Para a ONG Coordenadora contra a Repressão Policial (Correpi), isto implica na “destruição das liberdades democráticas” do país.
“É preciso estar aqui”
Há uma semana, centenas de apoiadores de Kirchner se concentraram às portas de sua residência, no bairro Constitución, apesar das baixas temperaturas do inverno no hemisfério sul. As paredes do prédio estão cobertas de cartas e mensagens de apoio e no cruzamento vive-se um clima festivo, com churrasco e cânticos peronistas.
“É preciso estar aqui porque a história está nas nossas mãos e o que não fazemos a história também nos cobra”, disse à AFP Ana Negrete, professora e comunicadora de 47 anos, em frente à casa de Kirchner. A Suprema Corte ratificou a condenação dias depois de Kirchner, presidente do Partido Justicialista, anunciar sua candidatura a deputada pela província de Buenos Aires. Se fosse eleita, ela teria foro privilegiado por quatro anos. A ex-presidente denunciou parcialidade judicial e acusou os três membros do Supremo de serem “marionetes” do poder econômico.
*Com informações da AFP
Publicado por Fernando Dias
Fonte: Noticias ao Minuto Read More