A Polícia Civil de Santa Catarina investiga as causas e possíveis responsabilidades criminais pelo acidente com um balão de ar quente que deixou oito mortos e 13 feridos na manhã deste sábado (21), em Praia Grande, no sul do estado. O piloto e o proprietário da empresa responsável pelo voo poderão ser responsabilizados caso sejam identificadas práticas de homicídio culposo (sem intenção) ou doloso (com intenção).
O delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, informou que tanto o balão quanto o piloto tinham autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que a empresa operava regularmente. No entanto, serão apuradas as condições da aeronave, do clima e se houve falhas operacionais.
Durante interrogatório, o piloto Elvis de Bem Crescêncio relatou que o fogo teria começado na base do cesto, possivelmente próximo a um botijão de gás reserva, e que tentou conter as chamas com um extintor, sem sucesso. Ele também é investigado por uma possível falha ao esquecer de desligar um maçarico ao final do voo.
Além do piloto, outras cinco pessoas foram ouvidas. A Polícia Científica realiza perícias no material recolhido e nas condições meteorológicas do momento — a região apresentava instabilidades e ventos fortes, o que pode ter influenciado na tragédia. Imagens e testemunhos também estão sendo analisados.
Segundo a Polícia Científica, quatro vítimas foram encontradas carbonizadas dentro do cesto e outras quatro morreram com ferimentos graves e queimaduras. Os corpos foram encaminhados para a unidade da corporação em Araranguá (SC). Até o início da noite, seis vítimas haviam sido identificadas oficialmente. Dos 13 sobreviventes, cinco procuraram atendimento no Hospital Nossa Senhora de Fátima, sendo que apenas duas permaneceram internadas, ambas com estado de saúde estável.
O balão transportava 21 pessoas — 18 de Santa Catarina, duas do Rio Grande do Sul e uma de São Paulo. A capacidade máxima era de 27 passageiros ou 2.875 quilos, e não havia excesso de carga, segundo a polícia. A empresa responsável pelo voo, a Sobrevoar Balonismo, afirmou em nota que o piloto “adotou os procedimentos indicados” e que o acidente ocorreu “mesmo com todas as precauções necessárias”. A companhia não tinha registros de acidentes anteriores, segundo a Anac.
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O Ministério Público de Santa Catarina informou que acompanha o caso nas esferas criminal e cível. A Promotoria de Justiça de plantão e a Procuradoria-Geral manifestaram solidariedade às famílias e prometeram apuração rigorosa. O inquérito está sob responsabilidade do delegado Rafael Chiara, de Santa Rosa do Sul.