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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comparecerá nesta quarta-feira (2) à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre medidas adotadas — e supostamente negligenciadas — por sua pasta. A audiência está marcada para as 10h e ocorre em meio a uma série de críticas por parte de deputados do setor agropecuário.
A convocação da ministra foi aprovada após requerimentos de diversos parlamentares, com destaque para o do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), que também preside a comissão. Segundo ele, Marina precisa explicar ações consideradas prejudiciais ao setor produtivo rural e possíveis omissões frente a temas ambientais sensíveis.
Mobilização indígena e imagem do produtor rural
Um dos pontos mais controversos é a presença da ministra no Acampamento Terra Livre, realizado em abril deste ano, em Brasília. A manifestação indígena, marcada por momentos de tensão e tentativas de invasão ao Congresso Nacional, gerou críticas por suposto endosso institucional às pautas radicais. Para Nogueira, a participação de Marina no evento exige esclarecimentos sobre seu posicionamento quanto à imagem do produtor rural brasileiro. “É preciso entender se a ministra, ao participar daquela mobilização, legitimou discursos que demonizam o agronegócio e o trabalho do campo”, disse o deputado.
Queimadas, multas e fiscalização
Outro ponto que deve dominar os questionamentos é o aumento expressivo nas queimadas em 2024. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos foi o maior desde 2010, totalizando 278.229 registros. O impacto direto ao agronegócio preocupa parlamentares da comissão, que exigem respostas sobre a atuação do ministério.
A degradação da Amazônia Legal também será abordada. Relatório do Imazon apontou crescimento de 482% na área degradada apenas nos primeiros meses de 2025. Parlamentares argumentam que, mesmo com esses números, ações fiscalizatórias têm sido arbitrárias e inseguras para produtores rurais. Além disso, o Ibama, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, bateu recorde de arrecadação em multas ambientais, totalizando R$ 729 milhões em 2024. Apreensões como a de 9.000 cabeças de gado em operações recentes também estão no centro da polêmica.
Liberação de defensivos e entraves burocráticos
Os parlamentares também devem cobrar a ministra sobre a morosidade na liberação de defensivos agrícolas. Mesmo com pareceres técnicos favoráveis de órgãos como Anvisa e Ministério da Agricultura, produtos seguem sem aprovação final por falta de avaliação ambiental do Ibama, o que, segundo os deputados, prejudica o acesso do produtor a novas tecnologias e práticas sustentáveis.
Expectativa por esclarecimentos
A expectativa é de que Marina Silva apresente, de forma técnica e transparente, os critérios que têm guiado a condução de sua pasta diante dos desafios ambientais e produtivos do país. O comparecimento da ministra é visto como decisivo para diminuir tensões entre o governo e o agronegócio, setor que representa parcela expressiva do PIB nacional e da pauta de exportações brasileiras.
A audiência deve contar com forte participação de parlamentares da base ruralista e pode gerar desdobramentos políticos importantes, especialmente em um cenário de crescentes embates entre ambientalistas e defensores do setor produtivo.
Fonte: Jovem Pan Read More