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Os amantes da arte drag, tem um motivo para comemorar. Isso porque chega no dia 10 de julho a segunda temporada de “Drag Race Brasil”, que contará com dez novas queens em busca de um prêmio. O programa será apresentado por Grag Queen, que comandou a primeira edição, e funciona da seguinte maneira: todas as participantes fizeram audição para serem escolhidas; no programa, elas vão ter que mostrar conhecimento em atuação, moda e performance ao vivo. Em conversa com a Jovem Pan, a apresentadora e duas queens — Belchi e Mercedes Vulcão, representantes de São Paulo — falaram sobre as expectativas, a carreira e o que esperam alcançar com o “Drag Race Brasil”.
“Drag parou e ser um hobby e virou plano de carreira. O programa é uma plataforma que te leva para a televisão para você poder fazer e viver do que você gosta e ama”, fala a Grag Queen. “Meninas que participaram da temporada parrada, hoje estão com apartamento e carro comprado. O Drag Race mudou a vida delas, porque é uma plataforma gigante onde você pode crescer presencialmente’, acrescenta, que não esconde que a chance de poder ser apresentadora novamente é um privilégio. “Eu posso consertar o que não foi feito certo na primeira temporada e melhorar, além de poder, repetir coisas que funcionaram. Vamos ter uma Grag mais madura e engraçada”, promete a apresentadora, que já tem uma carreira consolidada no ramo. Ela venceu o “Queen of the Universe” e se apresentou no “The Town”.
O universo Queen tem ganho espaço nos streamings, com diversos programas voltados para valorização da arte. O Drag Race Brasil, é mais um exemplo de mostrar como funciona o universo. “A drag é muito complexa. Tem muita coisa para estudar e aprender, porque a drag tem um apelo estético muito forte, então você precisa saber lidar com a peruca, maquiagem, o leque, além de saber performar e andar de salto. São muitos detalhes.”, conta Pedro, que dá vida a Mercedez Vulcão, umas da Queen’s que estará na segunda edição. Preste a completar uma década no ramo, diz que programas como Drag Race são importantes para humanizar a arte drag.
“Vejo um movimento maior de respeito em relação à arte drag. Tem muita coisa ainda a se caminha nesse sentindo, ainda tempos muita discussão para ser feita em relação a essa valorização da arte e o lugar que ela ocupa e pode ocupar”, fala, acrescentando que é preciso mostrar para as pessoas que a arte drag tem uma potência e importância e que ela pode estar em qualquer lugar”. Pedro (MercedezVulcão) enfatiza que o Drag Race tem uma importância incrível, porque traz visibilidade e coloca a drag no streaming. “Se você olha para origem da drag, ela nasce na boate, nos guetos LGBT e não tem muita visibilidade quanto hoje em dia e da forma como o programa consegue trazer”.
Belchi, outra representante do Estado de São Paulo, reforça o posicionamento de Mercedez. Ela conta que hoje São Paulo tem perdido muitas casas de show, o que, consequentemente, faz com que o trabalho acabe ficando mais difícil para todo mundo, mas que espera que, assim como ela teve oportunidade que entrar no programa, que permite que ela tenha uma condição melhor, outras dragas consigam viver a mesma experiência. “Eu acho que vem uma temporada maravilhosa, estava todo mundo muito empenhado em fazer trabalho grandioso, não só por nós 10, mas principalmente por toda a cena drag no Brasil”, diz. “São meninas muito talentosas e têm muito a oferecer. A minha expectativa é maior, e não movimentem só a nossa vida, mas a vida de toda a cena drag”, conclui.
Quem é a Belchi?
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“A Belchi é uma mistura de muitas coisas que já passei na vida. São anos de construção, e por mais que ela seja ‘entre aspas’ nova, ela vem de toda a minha trajetória”, conta a queen, que começou na área durante a pandemia. “Eu sou bailarino, professor, coreógrafo, são mais de 20 anos já de trabalho como artista e a Belchi veio nessa época da pandemia, onde estava todo mundo recluso”, conta, acrescentando que já tinha se montado algumas vezes de brincadeira, mas não era nada profissional.
Jonathan, é o responsável pela Belchi, e ele ressalta que ele a sua personagem se completam. “Belchi continua um pouco de tudo que eu passei na minha carreira de dança. Eu dancei até 2017, quando eu tive acidente e depois operei, não tinha mais vontade mesmo de seguir com uma carreira como bailarino”, revela. “Acho que a Belchi está continuando algumas coisas por mim”, diz Jonathan.
Quem é Mercedez Vulcão?
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“A Mercedez me ajudou a me transformar”, conta Pedro, que dá vida a queen. “Eu tinha uma dificuldade muito grande de mostrar vulnerabilidade e de entender que eu sou uma pessoa vulnerável e que passa por problema e que precisa pedir ajudar às vezes”, revela. “Justamente no processo de 2015/2016, quando eu comecei no processo a fazer drag, que ela catalisou esse processo de transformação muito grande nesse sentido de desconstruir esses aspectos masculinos que eram problemáticos”, explica.
“A Mercedez nasceu do teatro. Eu sou uma pessoa do teatro há muitos anos, tenho formação nisso, e depois a Mercedez foi se colocando no mundo”, diz Pedro, que também explica que o nome porque adorara o universo de Almodóvar. “As drags, as transformistas, as travestis de Almodóvar, eu adorada toda essa figura que compões os filmes, e quando fui criar aminha drag e pensar no nome pensei: ‘Se eu fosse uma personagem de Almodóvar, quem eu seria? Aí nasceu a Mercedez, e o vulcão é porque eu queria uma força da natureza”, explica.
Fonte: Jovem Pan Read More