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O Catar afirmou, nesta terça-feira (8), que as conversas em andamento para alcançar um acordo de trégua em Gaza entre Israel e o Hamas exigiram “tempo”, após o otimismo expresso pelo presidente americano, Donald Trump, sobre um possível avanço. As negociações indiretas entre Israel e o Hamas começaram em Doha no domingo, com o objetivo de alcançar um cessar-fogo após 21 meses de um conflito devastador. Nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, que atua como mediador, indicou que os responsáveis pela mediação estão conversando “separadamente” com as delegações “para estabelecer uma estrutura para as discussões”. “Posso lhes dizer que precisamos de tempo para isso”, destacou. Na segunda-feira (7), num encontro entre o presidente americano e o primeiro-ministro israelense na Casa Branca, Trump negou a existência de qualquer “obstáculo” para as negociações. “Acho que as coisas estão indo muito bem”, disse o republicano aos jornalistas, ao ser questionado sobre o que impedia um acordo de paz em Gaza.
Trump também expressou sua confiança de que o Hamas estaria disposto a encerrar o conflito. “Eles querem se reunir e querem ter esse cessar-fogo”, disse o presidente aos repórteres. A terceira visita de Netanyahu desde o retorno de Trump ao poder aconteceu em um momento crucial, no qual o presidente americano espera aproveitar o impulso da recente trégua entre Israel e o Irã. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deve se unir às negociações no Catar durante uma semana. O governante israelense foi mais cauteloso com a paz e desistiu da possibilidade de criação de um Estado palestino, insistindo que Israel “sempre” manterá o controle da segurança em Gaza.
“Mais tempo”
As conversas “continuam trantando sobre os mecanismos de implementação” de um acordo, “em particular, as cláusulas relativas à retirada [israelense] e à ajuda humanitária” para a Faixa de Gaza, indicaram por sua vez uma fonte palestina próximas às negociações. Segundo fontes palestinas, a proposta americana prevê um cessar-fogo de 60 dias, durante o qual o Hamas libertaria 10 reféns israelenses vivos e entregaria vários cadáveres sequestrados, em troca de libertação de prisioneiros palestinos em Israel. Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas em Israel, 49 seguidas sequestradas em Gaza, 27 das quais o Exército israelense acredita estarem mortos.
De acordo com fontes palestinas, o Hamas exige a retirada israelense do território, garantias de que o cessar-fogo vai durar e de que a ONU e organizações internacionais reconhecidas retomem a gestão da ajuda humanitária na Faixa. “A resposta do Hamas foi fundamentalmente negativa, mas as diferenças são mínimas”, disse um funcionário israelense que venceu com Netanyahu a Washington à AFP. “Esperávamos que isso [um eventual avanço] levasse alguns dias, mas poderia levar mais tempo”, acrescentou.
Explosão durante o café da manhã
Cinco soldados israelenses morreram em combates no norte de Gaza, informou o Exército nesta terça-feira, um dos dias mais letais para as tropas do país no território palestino desde o início do ano. Segundo correspondentes militares israelenses, as mortes foram provocadas por artefatos explosivos na área de Beit Hanun, no norte de Gaza. Pelo menos 445 soldados israelenses morreram desde o início da guerra, segundo uma contagem da AFP. Na segunda-feira, a Defesa Civil do pequeno território palestino informou que pelo menos 29 pessoas morreram em ataques israelenses, nove delas em um campo de deslocamentos perto de Khan Yunis, no sul do território. “Eu estava na frente da minha barraca preparando o café da manhã para meus quatro filhos, feijão e um pouco de pão duro. E, de repente, aconteceu uma explosão, e outro um minuto depois”, declarou à AFP Shaima al Shaer, que vive no campo de Sanabel.
As restrições impostas à imprensa em Gaza e as dificuldades de acesso a vários pontos impedem uma verificação de forma independente dos números e das informações divulgadas pela Defesa Civil. O ataque do Hamas em outubro de 2023 deixou 1.219 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço baseado em dados oficiais israelenses. Mais de 57.500 palestinos morreram na ofensiva que Israel lançou em retaliação em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas. A ONU considera os dados confiáveis.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP
Fonte: Noticias ao Minuto Read More