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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que forneça alimentos e atendimento médico aos reféns israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza. A solicitação ocorre após a divulgação de vídeos impactantes de sequestrados pelo Hamas. Desde quinta-feira (31), Hamas e Jihad Islâmica divulgaram três vídeos. Em dois deles, aparecem debilitados os reféns Rom Braslavski e Evyatar David, capturados no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
Segundo comunicado oficial, Netanyahu conversou com Julian Larison, chefe da delegação do CICV na região, e pediu “envolvimento direto no fornecimento de alimentos e tratamento médico imediato” aos reféns. Nas redes sociais, o comitê declarou estar “consternado” com as imagens e afirmou que “essa situação desastrosa precisa acabar”. A organização não comentou mais sobre o assunto. Horas antes, Netanyahu já havia manifestado “profunda consternação” com os vídeos e garantido às famílias que os esforços para recuperar todos os reféns seguem em curso.
No sábado (2), dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Tel Aviv em apoio às famílias dos reféns e para cobrar do governo ações concretas para a libertação. Nos vídeos, os reféns aparecem visivelmente enfraquecidos. A encenação parece buscar um paralelo com a crise humanitária em Gaza, onde há risco de fome generalizada, segundo a ONU.
Netanyahu, por sua vez, acusou o Hamas de “deliberadamente matar de fome a população de Gaza ao bloquear o recebimento de ajuda humanitária”. Ele pediu que a comunidade internacional condene o que chamou de “abusos criminosos nazistas” cometidos pelo grupo.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, classificou os vídeos como “terríveis” e exigiu a libertação “imediata e incondicional” dos reféns. Já o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, também se disse “horrorizado”, mas apelou a Israel para manter o envio de ajuda a Gaza e “não responder ao cinismo do Hamas”.
Visita polêmica e reação internacional
Na madrugada de domingo (3), o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental — local sagrado para muçulmanos e judeus. A presença foi vista como provocativa. Ele afirmou que, assim como Israel exerce soberania sobre o Monte do Templo, também seria possível “conquistar toda a Faixa de Gaza” e “promover emigração voluntária”.
A Jordânia, responsável pela administração do local, chamou a visita de “provocação inaceitável”. O Hamas também condenou o ato como “intensificação da agressão” contra o povo palestino.
Conflito já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza
A guerra começou com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.219 pessoas, a maioria civis. Na ocasião, 251 pessoas foram sequestradas, das quais 49 seguem em cativeiro — e 27 teriam morrido, segundo o Exército israelense. Na resposta militar, Israel já matou ao menos 60.430 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. Os números são considerados confiáveis pela ONU.
Desde o início do conflito, Israel impôs um cerco total à Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas. Em maio, suspendeu o bloqueio humanitário total iniciado em março, mas a ajuda permitida ainda é considerada insuficiente por organizações internacionais. Neste domingo (3), 26 palestinos morreram por disparos ou bombardeios israelenses, segundo a Defesa Civil local. Nove vítimas aguardavam alimentos perto de um centro de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e Estados Unidos.
“Os soldados atiraram nas pessoas. Eu estava lá, ninguém representava ameaça”, disse à AFP Jabr al Shaer, de 31 anos. Além disso, um funcionário do Crescente Vermelho Palestino morreu e três ficaram feridos após um ataque israelense à sede da organização em Khan Yunis, no sul de Gaza. O Exército de Israel declarou que “não tinha conhecimento de nenhum bombardeio” na área. Um jornalista da AFP, a bordo de um avião militar francês que lançou ajuda humanitária no sábado (2), relatou destruição generalizada no porto da Cidade de Gaza e em bairros do norte do território.
*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira
Fonte: Noticias ao Minuto Read More