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Em meio à tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (5) que não pretende ligar para Donald Trump para negociar tarifas, mas sim para convidá-lo à COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém (PA) em 2025. “Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, não, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática”, declarou Lula durante a 5ª Reunião Plenária do Conselhão, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
A declaração foi dada na véspera da entrada em vigor de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo pneus. A partir desta quarta-feira (6), as alíquotas podem chegar a até cinquenta por cento, atingindo setores estratégicos da economia nacional. Apesar do impacto esperado, Lula indicou que não pretende retaliar os norte-americanos neste momento e optará por uma abordagem diplomática. O presidente também disse que pretende contatar outros líderes mundiais: “Vou ligar para ele, para o Xi Jinping, para o primeiro-ministro Modi. Só não vou ligar pro Putin porque o Putin não está podendo viajar.”
Cautela com os EUA e críticas ao protecionismo
Na avaliação do presidente, as medidas tarifárias norte-americanas têm fundo político e estariam relacionadas ao fortalecimento da posição internacional do Brasil. Lula citou como exemplo os acordos com a União Europeia, negociados por meio do Mercosul. “Isso começa a assustar pessoas que acham que são donas do mundo. Como é que aparece um país que até ontem era tratado como republiqueta de bananas querendo falar grosso?”, questionou Lula.
Durante conferência do Partido dos Trabalhadores no domingo (3), o presidente já havia mencionado que há limites para o que pode dizer publicamente em relação à crise com os EUA: “Não posso falar tudo que acho que devo falar, tenho que falar o que é possível falar, o que é necessário.”
‘Queremos respeito’: Lula nega provocação e critica vínculos entre política e economia
Lula afirmou que sua postura é guiada pelo princípio da “igualdade de condições” nas relações exteriores e criticou a tentativa de atrelar disputas políticas à imposição de sanções econômicas: “Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável.”
“Os EUA são muito grandes, o país mais bélico do mundo, mais tecnológico do mundo, o mais econômico do mundo. Tudo isso é muito importante, mas nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Temos interesses econômicos, interesses estratégicos, queremos crescer e não somos uma republiqueta.”
A COP30, que será realizada em território brasileiro, está prevista para novembro de 2025. Lula já adiantou que pretende aproveitar a cúpula para promover o protagonismo do Brasil nas discussões climáticas e ampliar o diálogo com os principais líderes globais.
Fonte: Jovem Pan Read More