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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adotou neste domingo (7) o tom mais duro até aqui contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Durante discurso no ato da oposição na Avenida Paulista, afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”, pediu anistia ampla aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e defendeu a volta do ex-presidente Jair Bolsonaro às urnas em 2026.
A fala foi considerada por aliados um “divisor de águas”. Pessoas próximas ao governador avaliam que o momento era o mais oportuno para um gesto mais firme em direção ao bolsonarismo e viram no discurso uma resposta ao julgamento que ocorre no STF contra Bolsonaro e outros réus acusados de tentativa de golpe. Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, classificou o posicionamento como “duríssimo” e “direto”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair, republicou o discurso de Tarcísio em suas redes sociais.
Para setores do governo federal, no entanto, a declaração representou um ataque frontal ao Supremo. O deputado federal Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, disse que Tarcísio “cruzou o rubicão” ao acusar Moraes de tirania, em meio a um julgamento em andamento, o que poderia configurar coação. “Tarcísio não age como governador, mas como advogado de Bolsonaro. Quem ataca ministros e defende anistia para conspiradores não luta por liberdade: legitima o crime, sabota a Justiça e abre caminho para novos atentados contra a democracia.”
No discurso de cerca de 15 minutos, Tarcísio voltou a afirmar que Bolsonaro “é o único candidato da direita” e cobrou do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que paute a proposta de anistia. “Hugo, paute a anistia. Deixe a Casa decidir”, disse, acrescentando que a medida seria a única forma de permitir que o ex-presidente voltasse à disputa eleitoral. Ele também classificou os réus do 8 de Janeiro como “presos políticos” e disse que não há provas que liguem Bolsonaro à invasão das sedes dos Três Poderes.
Aliados lembram que, caso as críticas ao STF provoquem fissuras na relação institucional, Tarcísio ainda terá tempo para “recalcular a rota” até 2026. O próprio governador citou o exemplo da Lei da Anistia de 1979 e disse que “se o PT existe hoje é porque houve anistia”, defendendo a “conciliação” como saída política. A manifestação reuniu nomes de destaque da direita, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que chorou ao relatar a rotina da família após a prisão domiciliar do ex-presidente, e o pastor Silas Malafaia, que agradeceu a atuação recente de Tarcísio em Brasília para pressionar pela anistia. Durante o discurso, a multidão respondeu ao governador com gritos de “fora, Moraes”, em um dos momentos de maior tensão do ato.
Antes do ato na Avenida Paulista, Tarcísio se reuniu no Palácio dos Bandeirantes com Michelle Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, além do senador Rogério Marinho (PL-RN). Foi a primeira reunião formal entre Tarcísio e a família Bolsonaro desde a prisão domiciliar do ex-presidente, em agosto. Aliados avaliam que a aproximação marca uma reaproximação política e consolida o governador paulista como o nome mais forte da direita caso Bolsonaro permaneça inelegível.
*Com informações de Beatriz Manfredini
Fonte: Jovem Pan Read More