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A decisão do PL de paralisar as negociações com o PSDB no Ceará — o que, na prática, suspende o acordo que previa apoio à candidatura de Ciro Gomes ao governo estadual — ampliou a crise interna do partido e abriu dúvidas sobre articulações em outros estados, especialmente no Rio de Janeiro, onde a sigla discute apoiar Eduardo Paes (PSD) ao governo em 2026.
O recuo foi anunciado pelo presidente do PL no Ceará, deputado André Fernandes, após reunião em Brasília com Valdemar Costa Neto, Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho. Ele afirmou que as tratativas estão “paralisadas” e que o partido vai “repensar” o caminho no estado. O comunicado do PL confirmou a suspensão das conversas com o PSDB e disse que novas estratégias serão definidas após avaliação da cúpula nacional.
A ruptura ocorre dias depois de Michelle Bolsonaro criticar publicamente o apoio a Ciro Gomes, movimento que tinha o aval de Jair Bolsonaro e da direção nacional. A reação da ex-primeira-dama gerou mal-estar e levou o PL a realizar uma reunião de emergência para tentar reorganizar sua tomada de decisões.
O episódio cearense escancarou uma disputa de poder dentro do PL, acirrada desde a prisão de Jair Bolsonaro. Sem um comando unificado, diferentes grupos tentam influenciar os palanques estaduais: Michelle Bolsonaro, os filhos do ex-presidente, Valdemar Costa Neto e a ala ligada ao Centrão. A suspensão do acordo com Ciro foi a primeira resposta concreta da cúpula do partido à pressão interna. A reunião desta terça-feira também decidiu mapear outros acordos construídos por Bolsonaro em estados diversos, para evitar novos conflitos.
As divergências afetam diretamente costuras eleitorais prioritárias, como a definição de candidatos ao Senado, considerada estratégica pela sigla para tentar formar maioria e pressionar o STF. Em estados como Santa Catarina, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal, disputas internas já ameaçam candidaturas e até filiações.
Risco de impacto no RJ: apoio a Paes fica sob pressão
O impasse no Ceará tem impacto direto nas negociações do PL no Rio, onde o partido discute apoiar o prefeito Eduardo Paes (PSD) na eleição ao governo estadual, movimento também bem-visto por Valdemar Costa Neto e que recebeu sinalizações positivas da direção fluminense da sigla.
Segundo o Metrópoles, Michelle Bolsonaro já avisou aliados que não aceita uma aliança com Paes em 2026. Em conversas reservadas, ela disse “não engolir” o prefeito e que trabalhará para impedir qualquer acordo. A ex-primeira-dama indicou ainda que tratará do assunto com o pastor Silas Malafaia, que mantém relações políticas tanto com Bolsonaro quanto com Paes.
Caso a influência de Michelle se imponha novamente, como ocorreu no Ceará, o acordo pró-Paes pode ser reavaliado, o que afetaria o movimento de neutralidade que o prefeito busca construir contando com apoio simultâneo do PT e do PL. A disputa ocorre em um cenário eleitoral complexo no Rio de Janeiro: o PL quer lançar as candidaturas de Flávio Bolsonaro e Cláudio Castro ao Senado, enquanto o PT pretende apoiar Benedita da Silva. Uma aliança com Paes exigiria equilíbrio delicado entre esses interesses.
Fonte: Jovem Pan Read More




