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O Brasil se prepara para receber o primeiro grande complexo público voltado exclusivamente ao atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A estrutura será construída em Manaus e deve se tornar referência nacional em um momento em que o país começa a dimensionar, com mais precisão, a incidência do autismo. Segundo dados recentes, apenas a região Norte concentra cerca de 202 mil pessoas diagnosticadas com TEA. O número expõe a demanda crescente por serviços especializados — ainda escassos e, na maioria das cidades brasileiras, dispersos entre pequenos núcleos, convênios pontuais e atendimento setorial.
A capital amazonense avança na implantação da Fundação Municipal Transtorno do Espectro Autista (FMTEA), que deve ser concluída em 8 a 10 meses. O complexo terá mais de 4 mil m² e contará com salas sensoriais, ambientes de terapia integrados, consultórios multiprofissionais e espaços funcionais. A capacidade prevista é de até 9 mil atendimentos por mês. Hoje, o município realiza cerca de 3 mil. Com a inauguração, o total deve subir para 10,2 mil atendimentos mensais — mais que o triplo da oferta atual. O investimento é de R$ 17,4 milhões.
Vácuo nacional e referência regional
Projetos de grande porte voltados ao autismo ainda são raros no país. A única iniciativa de escala semelhante é a de Sorocaba (SP), que ainda não chegou à fase de implantação. Nesse cenário, Manaus se destaca como a primeira capital a transformar o conceito em obra e política pública.
Em uma região onde muitas famílias precisam viajar horas para conseguir atendimento ou aguardam longas filas para sessões terapêuticas, o novo complexo deve funcionar como eixo estruturante em uma área historicamente marcada pela falta de centros especializados. “Manaus vai liderar uma nova referência brasileira no atendimento ao TEA”, afirmou o prefeito David Almeida.
A iniciativa coincide com a revisão das políticas brasileiras para o autismo. O Censo 2022 apontou 2,4 milhões de diagnósticos no país, revelando desigualdades profundas no acesso a tratamento. Desde então, o Ministério da Saúde incorporou o rastreio do TEA à atenção primária, e novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil consolidaram protocolos de diagnóstico e acompanhamento. O país começa, assim, a padronizar práticas que até então variavam entre municípios e regiões.
Fonte: Noticias ao Minuto Read More


