Metade dos jovens das famílias mais pobres não estudam nem trabalham, diz IBGE

Metade dos jovens das famílias mais pobres não estudam nem trabalham, diz IBGE

Metade dos jovens entre 15 e 29 anos, que pertencem ao grupo dos 10% mais pobres do país, não estudava nem trabalhava em 2022. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quarta-feira, 6. A situação representa um aumento em relação a 2012, quando 41,9% dos jovens estavam nessa condição. Por outro lado, entre os 10% mais ricos, apenas 7,1% dos jovens não estudavam nem trabalhavam no ano passado, mostrando uma melhora em relação aos 8,4% registrados em 2012. A taxa média para o país foi de 22,3% em 2022. No total, o número de jovens que não estudavam ou não trabalhavam foi de 10,9 milhões no ano passado. Nos domicílios com menores rendimentos, a taxa de jovens que não estudam nem trabalham é sete vezes maior do que nos domicílios com os maiores rendimentos.

Essa diferença aumentou desde 2012, quando era cinco vezes maior. Os dados mostram que a desigualdade estrutural entre os grupos de maior e menor renda se agravou devido às crises econômicas e às características estruturais das desigualdades econômicas e sociais do país. Além disso, os dados apontam que a incidência desse fenômeno é maior entre os grupos sociais menos favorecidos. Dos 10,9 milhões de jovens que não estudam e não estão ocupados, 61,2% são pobres. Entre esses jovens, 47,8% são mulheres pretas ou pardas. “O indicador inclui simultaneamente os jovens que não estudavam e estavam desocupados, que buscavam uma ocupação e estavam disponíveis para trabalhar, e aqueles que não estudavam e estavam fora da força de trabalho, ou seja, que não tomaram providências para conseguir trabalho ou tomaram e não estavam disponíveis”, explica Denise Guichard, analista da pesquisa.

Fonte: Jovem Pan Read More