Cúpula do Mercosul aprova entrada da Bolívia no bloco, mas não entra em acordo com UE

Cúpula do Mercosul aprova entrada da Bolívia no bloco, mas não entra em acordo com UE

A 63ª edição da Cúpula de Presidentes do Mercosul reuniu os chefes do Executivo Lula (Brasil), Alberto Fernández (Argentina), Santiago Peña (Paraguai), Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia) nesta quinta-feira, 7, no Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã. A adesão da Bolívia ao Mercado Comum do Sul foi aprovada pelo Senado Federal no final de novembro e oficializada durante o encontro desta quinta-feira. Agora, o bloco passa a ter 300 milhões de habitantes, extensão territorial de 13,8 milhões de km2 e PIB de cerca de US$ 3,5 trilhões. Com a ratificação da entrada da Bolívia, o país possui prazo de quatro anos para concluir o processo de adesão e adequar sua legislação às normas do bloco. A cúpula marcou, também, a entrega da liderança do Brasil ao Paraguai.

O encontro, no entanto, não serviu para que Mercosul e União Europeia (UE) finalmente entrassem em um acordo sobre negociações que vinham sendo feitas anteriormente. Enquanto a UE cobra mais compromisso com o meio ambiente, o Brasil quer garantir políticas industriais. A intenção do presidente brasileiro era concluir as negociações com o bloco europeu ainda nesta quinta-feira, entretanto, a Argentina teve resistência em assinar o acordo, em meio às vésperas da posse de Javier Milei.

O presidente da França, Emmanuel Macron, também fez declarações negativas sobre o acordo. Durante a COP28, o francês o chamou de “antiquado”, alegando que Brasil e Argentina se encontram como os maiores emissores de gases do aquecimento global. A França disse, ainda, que teme que o agro sul-americano prejudique os trabalhadores rurais franceses, já que a entrada de mercadoria de países integrantes do Mercosul na Europa seria facilitada.

Em nota conjunta, os dois blocos afirmam que estão”engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do Acordo de Associação”. O comunicado diz, ainda, que “nós últimos meses, registaram-se avanços consideráveis. As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades”.

“Com base nos avanços efetuados até a presente data nas negociações, ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo”, finaliza a nota.

Apesar dos entraves com a União Europeia, o Mercado Comum do Sul assinou nesta quinta-feira o primeiro acordo do bloco com um país asiático, Singapura. A nação é uma importante parceira de investimentos do bloco sul-americano, sendo uma das principais receptoras das exportações dos países da América do Sul. Em 2022, por exemplo, o comércio entre os países movimentou cerca de US$ 10 bilhões.

Fonte: Jovem Pan Read More