
Série disponível no streaming mostra bastidores da reformulação do PSG sob o comando de Luis Enrique
12/07/2025
Reconhecimento facial passa a ser obrigatório em grandes estádios com retorno do Brasileirão
12/07/2025

Dois policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso após a morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, 24, ocorrida durante uma operação da Polícia Militar em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na última quinta-feira (10). Segundo a corporação, imagens de câmeras corporais mostraram que o jovem foi baleado mesmo após se render, com as mãos na cabeça. O coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da PM de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira (11) que os policiais “sabiam que estavam cometendo erros e optaram por isso”. Segundo ele, a corporação oferece treinamento contínuo e, portanto, não há justificativa técnica para a ação.
“As imagens indicaram que a morte não ocorreu dentro das excludentes de ilicitude”, declarou Massera. “Da mesma forma que somos implacáveis contra o crime, também não compactuamos com erros ou crimes cometidos por policiais.” A tecnologia das novas câmeras corporais foi fundamental para registrar o episódio. O equipamento é acionado automaticamente por bluetooth sempre que uma câmera próxima é ligada manualmente. Isso possibilitou a captação de todo o momento do disparo.
A operação policial em Paraisópolis foi desencadeada após denúncia de tráfico. Quatro homens fugiram ao ver os agentes e se esconderam em uma residência. No local, três foram presos e um — Igor Oliveira — morto. Segundo a PM, foram apreendidas centenas de porções de drogas, dinheiro, uma balança de precisão e anotações do tráfico.
A morte de Igor provocou revolta entre os moradores da comunidade, que realizaram protestos, queimaram objetos e fecharam vias. Durante os confrontos, um policial da Rota foi baleado no ombro e encaminhado ao hospital. Outro homem, Bruno Leite — com passagens por tráfico e roubo —, foi morto em confronto com a polícia. Para conter os distúrbios, a PM mobilizou cerca de 300 agentes, incluindo efetivos da Rota, do Comando de Operações Especiais (COE) e do Batalhão de Choque. A região permanece sob forte vigilância.
Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar os fatos. Apesar das críticas, Massera garantiu que a atuação da corporação na comunidade será mantida. “A Polícia Militar não vai retroceder no combate à criminalidade, mesmo diante de tantas adversidades”, disse.
O ouvidor das polícias de São Paulo, Mauro Caseri, defendeu a ampliação do uso de câmeras corporais por todo o efetivo e o investimento em armamentos não letais, como tasers e sprays de pimenta. Ele também alertou para a necessidade de discutir as condições de trabalho e saúde mental dos policiais. Em 2024, mais de 800 pessoas morreram em operações da PM no estado — aumento de 63% em relação ao ano anterior, segundo dados da Ouvidoria. Caseri classificou esse cenário como inaceitável e cobrou participação da sociedade na discussão sobre segurança pública.
Massera também destacou a importância do discurso de autoridades sobre as ações policiais. Disse que declarações públicas podem ser mal interpretadas pela base da corporação e citou o próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que em ocasiões anteriores já admitiu a influência de suas falas sobre o comportamento de agentes da PM.
Leia também
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Noticias ao Minuto Read More