Decisão da Suprema Corte fortalece Trump nas eleições dos EUA e reforça seu discurso de que é perseguido

Decisão da Suprema Corte fortalece Trump nas eleições dos EUA e reforça seu discurso de que é perseguido

A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos desta segunda-feira, 4, de rejeitar a suspensão do ex-presidente dos Donald Trump das cédulas e permitir sua participação nas primárias norte-americanas no Colorado, marca uma vitória para o republicano que detém a maior parte dos deputados e deve ser confirmado como o candidato do Partido Republicano para disputar as eleições dos EUA em novembro. O fato do caso de Trump, que enfrenta uma série de acusações judiciais, sendo uma delas o suposto envolvimento no ataque ao Capitólio em 2021, em uma tentativa de invalidar os resultados das eleições que deram a Joe Biden o cargo de presidente dos Estados Unidos, ser algo inédito na história do país – ele é o primeiro ex-presidente a se tornar réu – haviam dúvidas sobre como ficaria sua situação nas eleições presidenciais deste ano. Porém, a decisão da Suprema Corte desta segunda removeu um possível obstáculo no caminho de Trump até a Casa Branca.

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Os especialistas ouvidos pelo site da Jovem Pan, falam que a decisão desta segunda fortalece Trump e diminui a possibilidade de qualquer reviravolta, principalmente de Nikki Haley, que é a única candidata do Partido Republicano. “A decisão referenda Donald Trump para a disputa eleitoral e tira qualquer margem de dúvida dos eleitores que estavam esperando ou que votariam em outros candidatos”, fala Igor Lucena, economista e doutor em relações internacionais. “Isso vai fazer com que o Trump vá mais para cima como oposição forte a Joe Biden e vai tentar colocar o seu ponto de que estavam tentando fazer uma manobra judicial para tirá-lo da eleição”, complementa. 

O cientista político Horácio Lessa Ramalho, fala que a decisão de hoje reforça o discurso de Trump de que sempre ele é perseguido. “Ele muda bastante o tom da campanha e não dá mais para adotar o discurso que ele seria um candidato em julgamento, apesar de não existir o precedente disso nos EUA”, fala o especialista, acrescentando que, com isso, ele ganha força com seu discurso para a eleição e fica mais forte para concorrer, principalmente porque ele vem em uma onda super positiva, em que ganhou todas as primárias até agora, com exceção do distrito de Columbia, em que Nikki Haley derrotou o magnata no domingo, 3. “Donald Trump ganha mais musculatura, ele já pontuava na frente em todas as pesquisas de Biden, então ele chega com bastante força”.

Ramalho destaca que mesmo que Nikki Haley fosse a principal candidata republicana para disputar a presidência, o democrata ainda enfrentaria dificuldades, porque ele tem uma rejeição de mais de 60% e os americanos colocam em credibilidade a sua capacidade de discernimento pela questão de sua idade. “Trump vai ser um componente muito forte e torna Biden um candidato muito vulnerável para os ataques dos adversários, seja ele Trump ou seja Nikki Haley”, fala Ramalho. “Hoje a tendência seria que Joe Biden perderia a eleição, pois as pesquisas apontam que ele perderia tanto para Trump quanto para a Nikki Haley. Ou seja, será uma eleição apertada”, projeta o especialista que reforça que o cenário é o muito favorável ao partido Republicano.

Lucena complementa a análise de Ramalho e fala que o ex-presidente norte-americano deve se concretizar como o vencedor da Superterça, o que nos deixa à beira de uma repetição de Biden contra Trump. “Se Biden não conseguir angariar todos os elementos econômicos positivos do crescimento dos EUA, então teremos uma questão engraçada”, fala e explica que “se Trump vencer, não só ele entra para história como o primeiro presidente norte-americano que não foi reeleito nesse século, mas o Biden também entra pelo mesmo fato”. O economista ressalta que o resultado da Superterça vai consolidar Trump como o candidato republicano às eleições e, com isso, daqui para frente até o dia 5 de novembro, quando acontecem as eleições, “a gente vai assistir mudanças dentro da dinâmica eleitoral”.

Fonte: Jovem Pan Read More