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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, adotou um tom de mea-culpa em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan News, ao se retratar de uma declaração polêmica feita durante um evento no interior de São Paulo. Na ocasião, ele chegou a admitir a existência de um “planejamento de golpe” para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas agora afirma que se tratou de um erro de expressão.
“Nunca foi minha intenção. Eu comecei a falar… Eu ia falar ‘movimento’, que teve movimento para o golpe. Eu errei, falei ‘planejamento’ em vez de ‘movimento’”, disse. O dirigente do PL contou que recebia documentos de apoiadores pedindo medidas como impeachment e até a não posse de Lula, mas garantiu que não deu crédito às solicitações: “Recebíamos documentos de muita gente pedindo para não deixar o Lula assumir, só loucura.”
Na entrevista, Valdemar reforçou que nunca presenciou qualquer discussão sobre golpe dentro do Palácio do Planalto e isentou Jair Bolsonaro de participação em articulações. “Nunca ouvi falar disso [planejamento de golpe], nunca ouvi esse comentário lá [no Palácio do Planalto]. O Bolsonaro sempre respeitou a lei, o Bolsonaro sempre obedeceu rigorosamente todas essas sanções que o ministro Alexandre determinou.”
O dirigente aproveitou para exaltar o papel do ex-presidente no crescimento do PL, que hoje aparece, segundo ele, com 18,5% da preferência nacional. “Eu devo tudo para o Bolsonaro. Sempre vou ser reconhecido pelo que o Bolsonaro fez pelo nosso partido. O que o PT demorou 40 anos para fazer, o Bolsonaro fez em três para o nosso partido.”
Atos de 8 de Janeiro e anistia
Valdemar voltou a relativizar os atos de 8 de janeiro de 2023, classificando-os como um “movimento” e não como uma tentativa de ruptura institucional. “Não existiu o golpe no 8 de Janeiro. Foi um grande movimento que um pessoal do PT começou um quebra-quebra. Foi tudo preparado pelo PT, muito bem preparado. E aí ficou parecendo que nós demos o golpe.”
Ele reforçou sua visão de que não havia condições militares para caracterizar golpe. “Golpe é com arma. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Isso não existe, nunca existiu o golpe.” O presidente do PL também responsabilizou o então ministro da Justiça, Flávio Dino, pela falta de policiamento no dia: “O ministro Flávio Dino fez uma portaria determinando que a Força Nacional desse segurança da rodoviária à Praça dos Três Poderes. E ele publicou no Twitter. No dia, não tinha ninguém lá”.
Valdemar destacou ainda que a prioridade do PL é aprovar a anistia aos envolvidos: “A única luta que nós temos pela frente é a anistia. E a anistia é totalmente legal. Sempre tivemos anistia. Anistia para quem assaltou banco, para quem raptou embaixadores”, declarou, referindo-se aos militantes de esquerda que se envolveram na luta armada durante a ditadura militar.
Repercussão interna
Apesar da retratação, a fala inicial sobre “planejamento de golpe” gerou forte reação dentro da base bolsonarista. O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, cobrou explicações: “Houve planejamento de golpe? Se sim, por quem? Alguém financiou?”. Já o deputado Ricardo Salles (Novo-SP), crítico da aproximação do ex-presidente com o Centrão, afirmou em rede social que “não foi por falta de aviso”.
Com a tentativa de correção, Valdemar busca reduzir o desgaste político e preservar a articulação pela anistia no Congresso, ao mesmo tempo em que reforça a defesa de Bolsonaro e do PL diante das acusações de envolvimento em tentativa de golpe.
Fonte: Jovem Pan Read More



