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O papa Leão XIV chegou nesta quinta-feira (27) à Turquia para uma visita de quatro dias, a primeira viagem internacional de seu pontificado, que incluirá uma segunda etapa no Líbano após reuniões com o presidente Recep Tayyip Erdogan e líderes cristãos. O avião com Leão XIV pousou na capital Ancara às 12h20 (6h20 de Brasília), onde ele se reunirá com Erdogan e discursará para o corpo diplomático antes de voar para Istambul à tarde.
“Esperava esta viagem com muita expectativa pelo que significa para os cristãos, embora também seja uma bela mensagem para o mundo inteiro”, declarou Leão XIV aos 80 jornalistas que o acompanharam no avião.
A viagem do sucessor de Jorge Mario Bergoglio à frente da Igreja Católica coincide com as negociações para acabar com a guerra na Ucrânia e em um momento tenso para o Oriente Médio.
Como demonstração de sua vontade de alcançar um público amplo, o papa fará seus discursos em inglês, sua língua materna, em vez do italiano que costuma usar.
Leão XIV planeja focar no diálogo com o islamismo, em um país onde os cristãos representam apenas 0,1% dos 86 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos sunitas. O papa deverá agir com tato se decidir abordar o lugar ocupado pelos não muçulmanos no país, onde os cristãos ainda lutam contra um sentimento de exclusão.
O Vaticano busca manter o diálogo com Ancara, que considera essencial para a paz na região, apesar do aumento do nacionalismo religioso no país e da politização de símbolos como a Basílica de Santa Sofia em Istambul, convertida em mesquita em 2020. Espera-se que Leão XIV mencione os conflitos e as crises que assolam a região. Em outubro, ele pediu por “uma paz justa e duradoura” na Faixa de Gaza, devastada pela guerra com o grupo terrorista Hamas.
‘Promover a união’
A Santa Sé reconhece o esforço realizado pela Turquia ao acolher em seu território mais de 2,5 milhões de refugiados, em sua grande maioria sírios, segundo as autoridades.
O líder de 1,4 bilhão de católicos seguiu nesse sentido os passos de seu antecessor Francisco, ao criticar recentemente o tratamento “extremamente desrespeitoso” que o governo americano de Donald Trump concede aos migrantes.
Em Ancara, Leão XIV visitará no início da tarde o mausoléu dedicado ao fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk (1881-1938). O santuário nacional é um símbolo da República laica e foi erguido no bairro Anittepe.
Após este dia de caráter político, a viagem adotará na sexta-feira (28) um tom mais religioso com a visita a Iznik, a antiga Niceia. Na cidade, o papa celebrará os 1.700 anos do primeiro concílio ecumênico, que reuniu no ano de 325 quase 300 bispos do Império Romano, um momento considerado fundacional para o cristianismo.
Ele participará de uma oração ecumênica à beira do lago Iznik com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, que é o interlocutor privilegiado pelo Vaticano em suas relações com os ortodoxos.
“Bartolomeu e eu já nos encontramos em várias ocasiões, acredito que será uma ocasião excepcional para promover a união entre todos os cristãos”, declarou na terça-feira (25) Leão XIV.
Os católicos e os ortodoxos estão divididos desde um cisma em 1054. Os primeiros reconhecem a autoridade universal do papa como chefe da Igreja, enquanto os segundos estão organizados em Igrejas autocéfalas, ou seja, não sujeitas a uma autoridade superior. O mundo ortodoxo parece hoje mais fragmentado do que nunca, já que a guerra na Ucrânia acelerou a ruptura entre os patriarcados de Moscou e Constantinopla.
Depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1979), Bento XVI (2006) e Francisco (2014), Leão XIV é o quinto papa a visitar a Turquia.
De domingo a terça-feira, ele continuará sua viagem com uma visita ao Líbano, mergulhado em uma crise econômica e política desde 2019 e bombardeado regularmente por Israel nos últimos dias, apesar de um cessar-fogo.
*Com informações da AFP
Publicado por Nícolas Robert
Fonte: Noticias ao Minuto Read More





