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Quem completa 60 anos no Brasil em 2024 tem, estatisticamente, uma longa jornada pela frente. De acordo com as Tábuas Completas de Mortalidade divulgadas pelo IBGE, a expectativa de sobrevida para essa faixa etária atingiu a média de 22,6 anos adicionais. Isso significa que, ao chegar à terceira idade, a previsão é que o brasileiro viva, em média, até os 82,6 anos.
O levantamento destaca um salto expressivo na longevidade dos idosos quando comparado ao cenário de 1940. Naquela época, um indivíduo que alcançasse os 60 anos viveria apenas mais 13,2 anos. Em nove décadas, o ganho foi de mais de 9 anos de vida para esse grupo populacional, reflexo direto da melhoria nas condições de saúde, saneamento e acesso a medicamentos.
Mulheres lideram a longevidade na velhice
A diferença de gênero, perceptível desde o nascimento, se mantém na terceira idade. As mulheres de 60 anos possuem uma expectativa de viver mais 24,2 anos, enquanto os homens da mesma idade têm uma projeção de mais 20,8 anos.
Essa vantagem feminina se estende aos octogenários. Uma mulher que completa 80 anos em 2024 tem a perspectiva de viver mais 9,5 anos (chegando quase aos 90), enquanto um homem de 80 anos viveria, em média, mais 8,3 anos. Esse distanciamento aumentou historicamente: em 1940, a vantagem das mulheres sobre os homens nessa faixa etária era de apenas meio ano; hoje supera um ano inteiro.
Violência urbana freia a média masculina
Enquanto a medicina estende a vida dos idosos, a violência urbana reduz drasticamente a média de vida dos homens jovens, impedindo que a expectativa geral masculina seja maior. O IBGE aponta que o fenômeno da sobremortalidade masculina é alarmante entre os 20 e 24 anos.
Nesta faixa de “adultos jovens”, um homem tem 4,1 vezes mais probabilidade de morrer do que uma mulher. Diferente das mortes naturais que ocorrem na velhice, esses óbitos são causados majoritariamente por fatores externos, como homicídios e acidentes de trânsito.
A análise histórica comprova que essa disparidade não existia em 1940. O “fosso” entre a sobrevivência de homens e mulheres jovens se abriu a partir da década de 1980, impulsionado pelo processo acelerado de urbanização e metropolização, criando uma distorção demográfica que afeta a média nacional até hoje.
Recuperação pós-pandemia e impacto no bolso
Os dados de 2024 confirmam a tendência de recuperação da longevidade após a queda registrada durante a fase aguda da pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), que vitimou intensamente a população mais velha.
Essas estatísticas possuem peso econômico imediato. Como as Tábuas de Mortalidade são a base para definir quanto tempo, em tese, o governo pagará um benefício previdenciário, o aumento da sobrevida aos 60 anos influencia o fator previdenciário. Na prática, viver mais significa que o cálculo das aposentadorias pelo Regime Geral de Previdência Social é ajustado para cobrir um período maior de pagamento de benefícios.
Fonte: Noticias ao Minuto Read More





