Delegados repudiam fala de Deolane Bezerra sobre abuso de autoridade
A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco publicou nota de repúdio às declarações da influenciadora digital Deolane Bezerra, que acusou o delegado Paulo Gondim de abuso de autoridade no exercício de suas funções. Segundo a associação, as afirmações são infundadas e inadmissíveis, “especialmente vindo de uma profissional que conhece os limites legais e éticos de sua atuação”. Deolane, que também é advogada, foi presa na semana passada durante a Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, que mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Ela tem afirmado que sua prisão é injusta.
A entidade critica a influenciadora por “usar os meios de comunicação de forma inadequada”, desrespeitando o termo de liberdade provisória, que proíbe o uso desses canais para qualquer finalidade que comprometa a ordem pública ou interfira em investigações em andamento. A Justiça havia concedido à Deolane prisão domiciliar, revogada após ela descumprir medidas cautelares impostas, segundo a Polícia Civil de Pernambuco. Na tarde em que deixou a prisão após decisão judicial, usando tornozeleira eletrônica, ela falou com pessoas que se aglomeraram no entorno à espera da sua saída e chamou sua prisão de “criminosa”. Também falou com os jornalistas que estavam em frente à Colônia Penal Feminina do Recife, onde ficou presa inicialmente.
A influencer ainda publicou uma foto em suas redes sociais em que aparece amordaçada. Na legenda da imagem, apenas escreveu: “carta aberta”, em referência à publicação feita no domingo (8) em que reiterou sua inocência em relação à investigação policial A advogada afirma que é inocente e que “não há uma prova sequer” contra ela. Para a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco, as declarações de Deolane não apenas violam a determinação de não se manifestar pelos meios de comunicação, como também desrespeitam a autoridade judicial.
Deolane voltou à prisão na terça-feira (10) um dia após ser solta. A influenciadora está detida na Colônia Penal Feminina de Buíque, a 280 quilômetros do Recife, na mesma unidade onde estão presas as mulheres conhecidas como “canibais de Garanhuns”. “É fundamental que as decisões judiciais mantenham seu caráter coercitivo, garantindo a prevalência da justiça e a preservação da ordem. Requeremos também a apuração, por meio judicial, de possíveis crimes previstos no art. 2º, §1º, da Lei 18.850 e crimes qualificados contra a honra”, diz a nota da associação publicada há dois dias. “A Associação reafirma seu compromisso com a legalidade e a justiça, apoiando integralmente o trabalho dos delegados de polícia, que atuam com integridade e dedicação em defesa da sociedade”, conclui.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: Jovem Pan Read More