Lira tem reunião nesta terça sobre pedidos de derrubada do decreto de armas de Lula
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se reúne nesta terça-feira, 1º, com líderes partidários e deve fomentar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar as restrições de armas editadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim, as diretrizes do governo Jair Bolsonaro podem ser restabelecidas. Outra pressão que pode ser feita por Lira é em relação ao arcabouço fiscal, que já foi modificado no Senado e voltou à Câmara. As informações foram apuradas pelo repórter Cláudio Dantas, da Jovem Pan News. Diante dessas possibilidades de pressão, Lira se manifestou pelas redes sociais. “A escolha de ministros para a formação de um ministério é prerrogativa exclusiva do presidente da República. Cabe a ele estabelecer um diálogo republicano com as direções e os líderes partidários. Continuo trabalhando junto a eles para fazer a composição adequada para o governo obter a necessária sustentação política no Congresso Nacional, conforme diálogo mantido com o presidente da República, após a votação da reforma tributária. À presidência da Câmara dos Deputados cabe, prioritariamente, manter a relação institucional com a Presidência da República para buscar a aprovação de matérias de interesse do país”, escreveu.
A cobrança pública de Lira ocorre no momento de indefinição sobre a dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Como mostrou o colunista Claudio Dantas, da Jovem Pan News, o Planalto trabalha com a possibilidade de adiar a reforma ministerial, em razão dos sinais positivos na economia. Oficialmente, ministros do núcleo político do governo devem seguir prometendo cargos nas próximas semanas, a fim de obter a aprovação do arcabouço fiscal, que voltou à Câmara, única pauta que ainda importa efetivamente. Por isso, espera-se que Lira estique ao máximo a corda para a votação do arcabouço que foi modificado no Senado.
Na semana passada, Arthur Lira já havia falado sobre “atropelos” na condução das discussões sobre a reforma na Esplanada dos Ministérios. Em conversa com jornalistas após almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o presidente da Câmara foi questionado sobre o tema e disse que o assunto “não era para tratar agora”. “Esse não é um assunto prioritário para a presidência da Câmara. O presidente Lula está imbuído de resolver esse assunto. Tem que ser no tempo do governo, da maneira que o governo achar, e aí sim ele me chama oficialmente”, afirmou, criticando a forma como o tema vem sendo tratado nos bastidores. “Penso que esse assunto está sendo, de uma certa forma, atropelado. Isso não ajuda na governabilidade. E eu acho que o governo tem que ajudar a se facilitar”, acrescentou o deputado.
Como o site da Jovem Pan mostrou, o presidente Lula já admitiu que o Planalto está aberto a negociar com partidos do Centrão para aproximá-los e “dar tranquilidade ao governo”. Inicialmente, a expectativa era que o mandatário se reunisse com Arthur Lira na semana passada para definir os caminhos da minirreforma ministerial e acomodar membros do oposição. Entretanto, a conversa foi adiada após indefinição quanto aos ministérios disponíveis. “É normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo, e você tentar arrumar um lugar para colocar para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos para melhorar, aprimorar o funcionamento do Brasil”, afirmou Lula na semana passada ao negar, no entanto, que vá ceder a exigências das legendas.
*Com informações do repórter André Anelli.
Fonte: Jovem Pan Read More