Jovens muçulmanas são impedidas de entrar em escolas da França após proibição da abaya

Jovens muçulmanas são impedidas de entrar em escolas da França após proibição da abaya

Após anunciar no final de agosto que iria barrar a entrada nas escolas de alunas que usassem a abaya, túnica comum em países do Norte da África e árabes, a França impediu nesta segunda-feira, 4, primeiro dia da volta às aulas, que dezenas de jovens assistissem às aulas. Cerca de 300 jovens compareceram às suas escolas vestidas com a abaya, disse o ministro da Educação, Gabriel Attal, à emissora BFM. A maioria dos estudantes aceitou retirar a túnica, mas 67 se recusaram a fazê-lo e, por isso, foram mandadas para casa, explicou. Nas redes sociais, Attal falou sobre o primeiro dia de aulas com a nova regulamentação. “Graças ao empenho do pessoal, à prioridade do diálogo, a regra que estabeleci sobre abayas e qamis foi respeitada desde esta manhã, sem grandes dificuldades de informar. A Escola acolhe todos os seus alunos. Todos. Sem exceção. De acordo com as regras republicanas”, escreveu. No final de agosto, Attal proibiu o uso da peça sob alegação de que a vestimenta vai de encontro às normas estritas de laicidade no ensino francês.

A abaya cobre o corpo e deixa de fora rosto, mãos e pés. Seu uso por adolescentes gerou polêmica na França. “Quando o aluno entra em uma sala de aula, não se deve poder identificar a sua religião ao olhar para ele”, disse o ministro. A proibição foi destacada pela classe política de direita, mas a esquerda argumentou que representa uma afronta às liberdades civis. A esquerda acusou o governo do presidente Emmanuel Macron de competir, com essa medida, com a política de extrema direita Marine Le Pen, a cerca de nove meses das eleições europeias.

Uma lei de 2004 proíbe o uso de símbolos, ou roupas, por meio dos quais os alunos mostrem, ostensivamente, uma afiliação religiosa nas escolas. Isso inclui as cruzes cristãs, o kipá judaico e os véus de cabeça islâmicos. Embora o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considere que a peça não representa um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês divulgou, no ano passado, uma circular autorizando as escolas a proibir a abaya, bem como bandanas e saias muito longas. “As instruções não estavam claras, agora estão, e nós as saudamos”, disse Bruno Bobkiewicz, secretário-geral do sindicato que representa os diretores de instituições de ensino.

*Com informações da AFP

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Fonte: Jovem Pan Read More