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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Pequim na noite de sábado (10) para uma visita de Estado, durante a qual participará do IV Fórum Ministerial China-Celac, programado para terça-feira (13), juntamente com seus homólogos do Chile e da Colômbia. Lula descreveu esta visita como “um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009”, em mensagem na rede social X. As duas potências, membros do Brics, fortaleceram recentemente sua relação em oposição ao protecionismo comercial de Donald Trump. Também reforçaram seus laços econômicos e comerciais: com 160 bilhões de dólares em comércio bilateral em 2023 (R$ 774 bilhões na cotação da época), a China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Lula estará em Pequim com seus colegas colombiano e chileno, Gustavo Petro e Gabriel Boric, que também participarão do fórum, que visa promover o desenvolvimento da Associação de Cooperação Integral China-América Latina e Caribe. O presidente chinês, Xi Jinping, participará e fará um discurso na cerimônia de abertura da reunião, anunciou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China neste domingo, segundo a agência de notícias oficial Xinhua. Este encontro medirá o ritmo das relações entre China e América Latina em um contexto marcado pelo retorno à presidência dos Estados Unidos de Trump, que lançou uma guerra tarifária sem precedentes, e em meio à pressão de Washington para conter a crescente influência da China na região.
“A China acredita que os países da América Latina e Caribe são atores importantes nos processos de multipolaridade global e globalização econômica”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Miao Deyu, em uma coletiva de imprensa neste domingo. “Os povos da América Latina e do Caribe buscam construir sua própria pátria, não servir como quintal de outro país”, acrescentou, em uma referência velada aos Estados Unidos.
Miao também elogiou a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), um grande plano de infraestrutura lançado em 2013 por Xi que visa conectar continentes como uma nova Rota da Seda. “Mais de 20 países da América Latina e do Caribe aderiram à ICR e 10 assinaram planos de cooperação com a China”, disse ele, acrescentando que Pequim vê a região como um lugar “com imenso potencial de desenvolvimento e perspectivas promissoras”. Lula chegou a Pequim vindo de Moscou, onde participou das comemorações dos 80 anos da derrota da Alemanha nazista.
- O que é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – CELAC?
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) é um bloco regional intergovernamental composto por 33 países. Foi criada em fevereiro de 2010, na Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe. A CELAC é herdeira do Grupo do Rio e da CALC (Cúpula da América Latina e do Caribe) e assume duas vocações: a cooperação para o desenvolvimento e a concertação política. Na vertente da cooperação, a CELAC tem promovido reuniões ministeriais ou de alto nível sobre mais de vinte temas de interesse dos países da região, como educação, desenvolvimento social, cultura, transportes, infraestrutura e energia.
Na vertente da concertação política, a CELAC tem demonstrado capacidade de emitir pronunciamentos sobre temas relevantes da agenda internacional e regional, como o desarmamento nuclear, a mudança do clima, o problema mundial das drogas, o caso das ilhas Malvinas e o bloqueio norte-americano a Cuba, dentre outros. O diálogo e a concertação política promovidos por meio da CELAC tem-se manifestado inclusive por meio de intervenções conjuntas no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas e de suas Comissões.
Além disso, a CELAC tornou-se ferramenta valiosa para o diálogo da América Latina com o resto do mundo e tem proporcionado à região coordenar posições nas relações com outros blocos regionais e países emergentes. Hoje, a CELAC mantém mecanismos de diálogo político e cooperação com a União Europeia, China, Rússia e Índia, entre outros. Dessa forma, a CELAC está facilitando a conformação de uma identidade regional própria. As consultas políticas são feitas, em geral, à margem do debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas e permitem o intercâmbio de informações sobre temas de interesse global e a cooperação desenvolvida entre a América Latina e o Caribe e atores relevantes do sistema internacional.
A CELAC funciona com base em reuniões políticas, reuniões ministeriais especializadas e grupos de trabalho setoriais. Na definição da ordem de países que ocuparão a Presidência pro tempore do mecanismo, ainda que não conte com mecanismo formal de rotatividade, atenta-se para uma distribuição equitativa entre as sub-regiões da América Latina e do Caribe.
*Com informações da AFP e do Ministério da Educação
Fonte: Noticias ao Minuto Read More