Nobre acusado de escrever uma poesia contra os ideais da Revolução Russa, Aleksandr Ilitch Rostov, “O Conde”, é condenado à prisão domiciliar no sótão do hotel Metropol, lugar associado ao luxo e sofisticação da antiga aristocracia de Moscou. Mesmo após as transformações políticas que alteraram para sempre a Rússia no início do século XX, o hotel conseguiu se manter como o destino predileto de estrelas de cinema, aristocratas, militares, diplomatas, bons-vivants e jornalistas, além de ser um importante palco de disputas que marcariam a história mundial.
Mudanças, contudo, não paravam de entrar pelo saguão do hotel, criando um desequilíbrio cada vez maior entre os velhos costumes e o mundo exterior. Graças à personalidade cativante e otimista do Conde, aliada à gentileza típica de suas origens, ele soube lidar com a sua nova condição. Diante do risco crescente de se tornar um monumento ao passado até ser definitivamente esquecido, o Conde passa a integrar a equipe do hotel e a aprofundar laços com aqueles que vivem ao seu redor.
Com sua perspectiva única de prisioneiro de duas realidades distintas, o Conde apresenta ao leitor sua sabedoria e sensibilidade ao abandonar certos hábitos e se abrir para as incertezas de novos tempos que, mesmo com a capacidade de transformar a vida como a conhecemos, nunca conseguirão acabar com a nobreza de um verdadeiro cavalheiro.