Guerra na Ucrânia ‘escancara’ incapacidade dos países que fazem parte da ONU, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia durante a abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York, nesta terça-feira, 19. Em seu discurso, o mandatário brasileiro disse que nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo e, sem citar nenhum dos lados, criticou os altos investimentos em armamentos. “No ano passado, os gastos militares somaram mais de 2 trilhões de dólares. As despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU”, disse Luiz Inácio. Ele afirmou ainda que a guerra na Ucrânia “escancara” a incapacidade dos países-membros de fazer “prevalecer os propósitos e princípios” da Carta das Nações Unidas. “A ONU nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo. A comunidade internacional precisa escolher. De um lado, está a ampliação dos conflitos, o aprofundamento das desigualdades e a erosão do Estado de Direito. De outro, a renovação das instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz”, completou.
Ainda sobre os conflitos no Leste Europeu, o presidente brasileiro afirmou que as sanções unilaterais causam “grande prejuízo” aos países afetados, mas sem alcançar os objetivos finais, além de dificultarem os processos de mediação, prevenção e resolução pacífica de conflitos. “O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria”, acrescentou. Como o site da Jovem Pan mostrou, outros temas citados por Luiz Inácio em seu discurso incluem racismo, combate à fome, igualdade salarial entre homens e mulheres, mudanças climáticas e a Amazônia. Ele também comentou sobre os conflitos armados que o mundo vive hoje, citando a crise humanitária no Haiti, conflitos no Iêmen, as ameaças na Líbia e na Guatemala e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão.
Fonte: Jovem Pan Read More