Corinthians derrota Palmeiras e conquista tetra da Libertadores Feminina na despedida de Arthur Elias

O Corinthians é tetra campeão da Libertadores Feminina. O resultado aconteceu neste sábado, 21, após derrotar o rival Palmeiras por 1 a 0. A partida foi realizada em Cali, na Colômbia, e marcou a despedida do técnico Arthur Elias, escolhido para substituir a sueca Pia Sundhage na Seleção Brasileira. Apesar da rivalidade de anos entre essas duas equipes, que saiu do masculino e hoje também é vista no campeonato feminino, essa foi a primeira vez na história que os times se enfrentaram em uma final de Libertadores. Mesmo o clássico entre duas das maiores equipes de São Paulo ser marcado por estádios lotados, a final do campeonato contou com um pouco mais de 3.000 pessoas para prestigiar este duelo, muito em decorrência do lugar escolhido pela Conmebol para realizar a final.

No jogo, o Corinthians foi quem mais se desatacou no primeiro tempo. Tendo as maiores oportunidades, criando mais jogadas e sendo mais efetivo, tanto que conseguiu abrir o marcador ainda na fase inicial da partida. Millene acertou um belo chute após uma jogada iniciada por Gabi Portilho e abriu o placar para as Brabas do Timão. A atacante é a artilheira do time, e com o gol marcado neste sábado, chegou ao seu sexto gol na competição. Antes de marcar, o Corinthians já tinha tido uma chance de sair na frente. Aos 17 minutos, a equipe teve um pênalti ao seu favor, mas Vic Albuquerque não conseguiu fazer. Ela chutou a bola na trave. Após o gol sofrido, o Palmeiras começou a levar mais perigo para Lelê, goleira corintiana, mas não conseguiu fazer. A melhor chance saiu dos pés de Amanda Gutierrez, após um passe de Bia Zaneratto, que foi bastante marcada durante todo o jogo. Mas Amanda jogou a bola para fora e manteve o rival com a vantagem.

Na volta para o segundo tempo, o Palmeiras esboçou uma reação e criou mais chances de empatar o jogo. A fase final da partida foi marcada por chances dos dois lados, mas com o Verdão pressionando o tempo todo para continuar sonhando com o bicampeonato. Apesar um jogo mais ofensivo, a melhor oportunidade da partida na segunda etapa tinha sido do Corinthians, do pé de Vic Albuquerque, que parou na mão da goleira Amanda. Após a jogada a bola seguiu viva na área, mas o Palmeiras conseguiu afastar. Desde os 20 minutos do primeiro tempo, as Brabas do Timão jogaram com uma a menos. Ticiane levou o segundo amarelo após uma dura falta em Bia Zaneratto, e foi expulsa.

Com uma a menos, o Corinthians precisou se reorganizar, enquanto o Palmeiras cresceu, porém, não o suficiente para conseguir marcar e empatar a partida. Não foi por falta de tentativas, e sim devido à boa atuação de Lelê, que impediu as rivais de marcarem. Já nos acréscimos, o Verdão teve duas boas chances de marcar, uma dos pés de Duda Santos, mas que Andressa, de cabeça, salvou praticamente em cima da linha, e outra após um belo chute de fora da área de Bia Zaneratto, mas que Lelê espalmou e acabou com as chances das rivais de continuarem sonhando com o título. O final da partida ficou marcado por um lance polêmico. As jogadoras do Palmeiras ficaram reclamando de um pênalti, após a bola bater na mão de um jogadora do Corinthians, mas a árbitra não deu e o VAR não atuou. Sem chance para mais nada, a juíza encerrou a partida e consagrou a vitória do Corinthians, que chegou ao tetracampeonato – 2017, 2019, 2021 e 2023. Essa foi a única derrota do Palmeira na competição e sua segunda participação.

A rivalidade entre Corinthians e Palmeiras entre as mulheres atingiu em 2023 seu ponto máximo, mas nem sempre foi assim. Quando o Verdão reativou o departamento feminino, em 2019, o rival já era uma potência da modalidade. Naquele ano, o Timão ganhou sua segunda Libertadores. O cenário mudou quando Leila Pereira, atual presidente do Palmeiras, ouviu os apelos da torcida e passou a investir no futebol feminino para tentar bater de frente com o Corinthians. Os jogos ficaram mais acirrados e as provocações começaram. Em 4 de junho de 2022, o Verdão conquistou sua primeira vitória sobre o rival nesta nova era da modalidade, e em 28 de outubro do mesmo ano, goleou o Boca Juniors por 4 a 1 e conquistou sua primeira Libertadores.