Revolta contra o ‘sistema’, goleada sobre rival e ‘arrancada heroica’: relembre a campanha do Palmeiras até o título

Revolta contra o ‘sistema’, goleada sobre rival e ‘arrancada heroica’: relembre a campanha do Palmeiras até o título

O Palmeiras encerrou o Campeonato Brasileiro com 70 pontos, 20 vitórias e o 12º título nacional em sua galeria. Não foi uma campanha arrebatadora como em conquistas recentes — no ano passado, por exemplo, o Verdão somou 81 pontos —, mas ficou marcada por goleadas marcantes e pela arrancada no final. A partir da 28ª rodada, a sólida equipe comandada por Abel Ferreira engatou uma sequência de 8 vitórias, 2 empateS e apenas 1 derrota. Se é verdade que o Botafogo bobeou, não dá para tirar os méritos da incrível jornada palestrina até a volta olímpica, pulverizando uma diferença que chegou a 14 pontos.

Focado nos mata-matas, o Palmeiras deixou pontos “bestas” no meio do caminho, como o empate em casa com o Red Bull Bragantino e a derrota para o Bahia, em Salvador. Além disso, perdeu um jogo que quase fez time e torcida jogarem a tolha. Quando o Alviverde levou de 1 a 0 do Botafogo em pleno Allianz Parque, na 12ª rodada, Abel Ferreira reconheceu que o time comandado à época pelo seu compatriota Luís Castro tinha a faca e queijo na mão. Apesar das sucessivas reclamações sobre arbitragem que marcaram o primeiro turno — o auxiliar alviverde João Martins chegou a dizer que o “sistema” não permitiria ao Verdão ser campeão pelo segundo ano seguido —, os palestrinos sabiam que a vantagem botafoguense era enorme. “Parabéns ao nosso adversário, que neste momento tem tudo para ser campeão. Esta fora da Copa e só disputa o Brasileirão. Dou os parabéns a eles”, declarou Abel, irritado e, aparentemente, conformado. 

Ao contrário do Fogão, o Palmeiras estava vivo na Copa do Brasil e na Libertadores, mas as duas eliminações foram traumáticas e abriram feridas que, se não tivessem sido cicatrizadas a tempo, inviabilizariam também o título brasileiro. No mata-mata nacional, o algoz foi o rival São Paulo. Já no torneio sul-americano o Verdão parou na semifinal, contra o Boca Juniors. A exigente torcida palestrina caiu em cima de Leila Pereira, e até Abel começou a ouvir críticas mais pesadas. “Tem torcedores que amam o Palmeiras, mas tem outros que só amam ganhar. Parece que tudo que foi feito não é o suficiente. Que somos todos uma porcaria. E cada um de nós tem que fazer a sua reflexão: é isso que eu quero para mim ou não? Só vão bater nas minhas costas quando eu ganhar?”, desabafou o português após derrota de virada para o Santos na Arena Barueri, em 8 de outubro, na 26ª rodada.

Quando perdeu para o Peixe, o Verdão havia acabado de ser eliminado pelo Boca. Na rodada seguinte, ainda ampliou a crise com uma derrota para o Atlético-MG no Allianz Parque, a quarta consecutiva no Brasileirão. Nem no G-4 o time estava. Se não vencesse o Coritiba, no Couto Pereira, o Alviverde chegaria à pior sequência na era Abel. Mas, com gols de Gustavo Gómez e Piquerez, o Verdão venceu e conseguiu juntar os cacos. “Falar do título, matematicamente é possível. Difícil, claro que sim. Faltam dez jogos, sabemos o que ainda está em disputa. Temos o pensamento claro de lutar pela vitória em todos eles”, declarou o auxiliar Vitor Castanheira após o duelo na capital paranaense.

De fato, a vitória contra o Coxa deu início a uma grande arrancada. Se aquela partida serviu para estancar a sangria, o confronto seguinte ressuscitou de vez o Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Com dois gols de Breno Lopes, mais dois de Piquerez e um de Marcos Rocha, o Verdão atropelou o São Paulo por 5 a 0 e virou a chave. O clima mudou no Allianz e em seus arredores. “Dá para buscar”, confiaram os torcedores. O que ficou claríssimo após a épica virada sobre o Botafogo por 4 a 3, o jogo em que Endrick, contrariado com os gritos de “é campeão” que vinham das arquibancadas — e que, se soube depois, eram direcionados a atletas olímpicos do Fogão —, colocou a bola debaixo do braço. 

Depois de o Palmeiras reverter um 3 a 0 contra, a pergunta não era mais se o time de Abel viraria líder, mas quando isso aconteceria. Foi na 34ª rodada, após uma exibição de gala contra o Internacional, em casa: 3 a 0, com gols de Zé Rafael, Endrick — o nome da arrancada alviverde — e Rony. No final de semana seguinte, o Verdão entrou em campo para enfrentar o Fortaleza sabendo que o empate o manteria na ponta. O jogo no Castelão foi duro, mas, mesmo com um a menos, o Alviverde igualou o placar duas vezes e saiu do Ceará com o pontinho que precisava. Com as vitórias sobre América e Fluminense, o Palmeiras conservou os três pontos de vantagem e um saldo de gols praticamente inalcançável. Faltava só esperar os 90 minutos finais contra o Cruzeiro para dar a vota olímpica. Aconteceu! O Verdão é, pela 12ª vez, o campeão brasileiro.

Relembre a campanha do Palmeiras no Brasileirão

15/4 – Palmeiras 2 x 1 Cuiabá – Allianz Parque
23/4 – Vasco 2 x 2 Palmeiras – Maracanã
29/4 – Palmeiras 2 x 1 Corinthians – Allianz Parque
7/5 – Goiás 0 x 5 Palmeiras – Hailé Pinheiro
10/5 – Palmeiras 4 x 1 Grêmio – Allianz Parque
13/5 – Palmeiras 1 x 1 Red Bull Bragantino – Allianz Parque
20/5 – Santos 0 x 0 Palmeiras – Vila Belmiro
28/5 – Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras – Mineirão
4/6 – Palmeiras 3 x 1 Coritiba – Allianz Parque
11/6 – São Paulo 0 x 2 Palmeiras – Morumbi
21/6 – Bahia 1 x 0 Palmeiras – Fonte Nova
25/6 – Palmeiras 0 x 1 Botafogo – Allianz Parque
2/7 – Athletico-PR 2 x 2 Palmeiras – Ligga Arena
8/7 – Palmeiras 1 x 1 Flamengo – Allianz Parque
16/7 – Internacional 0 x 0 Palmeiras – Beira-Rio
22/7 – Palmeiras 3 x 1 Fortaleza – Allianz Parque
30/7 – América-MG 1 x 4 Palmeiras – Independência
5/8 – Fluminense 2 x 1 Palmeiras – Maracanã
14/8 – Palmeiras 1 x 0 Cruzeiro – Allianz Parque
19/8 – Cuiabá 0 x 2 Palmeiras – Arena Pantanal
27/8 – Palmeiras 1 x 0 Vasco – Allianz Parque
3/9 – Corinthians 0 x 0 Palmeiras – Neo Química Arena
15/9 – Palmeiras 1 x 0 Goiás – Allianz Parque
21/9 – Grêmio 1 x 0 Palmeiras – Arena do Grêmio
1º/10 – Red Bull Bragantino 2 x 1 Palmeiras – Nabi Abi Chedid
8/10 – Palmeiras 1 x 2 Santos – Arena Barueri
19/10 – Palmeiras 0 x 2 Atlético-MG – Allianz Parque
22/10 – Coritiba 0 x 2 Palmeiras – Couto Pereira
25/10 – Palmeiras 5 x 0 São Paulo – Allianz Parque
28/10 – Palmeiras 1 x 0 Bahia – Allianz Parque
1º/11 – Botafogo 3 x 4 Palmeiras – Nilton Santos
4/11 – Palmeiras 1 x 0 Athletico-PR – Allianz Parque
8/11 – Flamengo 3 x 0 Palmeiras – Maracanã
11/11 – Palmeiras 3 x 0 Internacional – Arena Barueri
26/11 – Fortaleza 2 x 2 Palmeiras – Castelão
29/11 – Palmeiras 4 x 0 América-MG – Allianz Parque
3/12 – Palmeiras 1 x 0 Fluminense – Allianz Parque
6/12 – Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras – Mineirão

Fonte: Jovem Pan Read More