Israel autoriza entrada de ajuda para Gaza pelo seu território, mas multiplica ataques

Israel autoriza entrada de ajuda para Gaza pelo seu território, mas multiplica ataques

Pela primeira fez desde que a guerra entre Israel e Hamas começou, em 7 de outubro, os israelenses vão permitir a entrada de ajuda humanitária ao enclave palestino através de seu território. Segundo eles, a decisão é uma forma de desafogar Rafah, fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. “O gabinete aprovou temporariamente o descarregamento de caminhões do lado de Gaza do ponto de passagem de Karem Shalom, em vez de reenviá-los para Rafah”, indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um comunicado. “A decisão do gabinete especifica que apenas a ajuda humanitária procedente do Egito será entregue a Gaza dessa maneira”, acrescentou. Contudo, ao mesmo tempo, em que são esse sinal verde, Israel, que advertiu que o conflito no Oriente Médio vai durar mais que vários meses, também multiplicaram os ataques na região, mesmo com a pressão dos Estados Unidos para reduzir a intensidade dos ataques e proteja os civis. O Ministério da Saúde do Hamas reportou “dezenas de mortos e feridos” em bombardeios em Khan Yunis, a grande cidade do sul do território palestino onde Israel ampliou suas operações terrestres. A cidade vizinha de Rafah também foi atacada. Estados Unidos, principal aliado de Israel, começa a demonstrar impaciência ante o alto número de mortes de civis em Gaza. “Quero que [os israelenses] se concentrem em como salvar vidas civis. Não que deixem de perseguir o Hamas, mas que tenham mais cuidado”, declarou o presidente americano, Joe Biden. Washington deseja que a ofensiva passe a “operações de baixa intensidade” em “um futuro próximo”, segundo a Casa Branca.

Ao fim da guerra, não seria “correto” que Israel ocupasse a Faixa de Gaza a longo prazo, estimou nesta sexta-feira o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Jake Sullivan, em visita a Israel. Segundo ele, o próprio governo israelense “indicou que não tinha intenção de ocupar Gaza a longo prazo e que o controle de Gaza, seu governo e segurança devem voltar para os palestinos”. Apesar dos apelos, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallan, indicou que a guerra vai durar. O Hamas “construiu infraestruturas subterrâneas e aéreas que não são fáceis de destruir. Levará tempo para fazê-lo, mais do que vários meses, mas venceremos e destruiremos o Hamas, declarou. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, declarou nesta sexta-feira que qualquer tentativa de “separar” e “isolar” a Faixa de Gaza do Estado palestino seria “inaceitável”, durante uma reunião com um alto funcionário americano em Ramallah. A guerra multiplicou as incursões do Exército israelense na Cisjordânia e tanto a União Europeia como Austrália, Canadá, Noruega, Reino Unido e Suíça condenaram a “violência cometida pelos colonos extremistas, que aterrorizam as comunidades palestinas”. A guerra mergulhou a Faixa de Gaza em uma grave crise humanitária e 1,9 milhão de habitantes (cerca de 85% de sua população) foram deslocados, segundo a ONU. Muitos deles tiverem de fugir várias vezes à medida que os combates se estendiam. A guerra avivou as tensões na fronteira israelense–libanesa e também no Mar Vermelho, onde os rebeldes huthis do Iêmen — aliados do Hamas — reivindicaram nesta sexta-feira dois ataques contra navios que seguiam para Israel.

 *Com agências internacionais 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Jovem Pan Read More