Portugal vai às urnas neste domingo com possível aceno ao avanço da extrema direita

Portugal vai às urnas neste domingo com possível aceno ao avanço da extrema direita

Portugal enfrenta neste domingo, 10, as eleições legislativas, que acontecem dois anos antes do previsto e podem devolver o poder à direita, após oito anos de governo socialista, abalados por denúncias de tráfico de influência. A votação foi convocada após a renuncia do primeiro-ministro António Costa, em novembro do ano passado, após investigações contra ele de suspostas ilegalidades na administração estatal de grandes projetos de investimento. Esta renúncia marca o fim de Costa à frente do governo português, onde permanecia desde 2015 e em três legislaturas diferentes. Segundo uma pesquisa divulgada nos últimos dias, o conservador Aliança Democrática (AD) deve ser o partido mais votado em Portugal, mas precisaria do Chega, de extrema-direita, para obter maioria absoluta. Vários países da União Europeia (UE), incluindo Itália, Eslováquia, Hungria e Finlândia, são governados por coalizões integradas por partidos de extrema-direita.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Os candidatos com mais chances de suceder Costa, segundo as pesquisas, são o socialista Pedro Nuno Santos – Partido Socialista – e o conservador Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD). A pesquisa, realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa para os veículos de imprensa Público, RTP e Antena 1, mostra que a AD e a Iniciativa Liberal acumulariam 40% dos votos e, na melhor das hipóteses, isso se traduziria em 108 deputados (94 assentos na pior das hipóteses), dos 230 do Parlamento.

Llíder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos (R), acompanhado pelo primeiro-ministro português cessante, António Costa (E), participa num comício de rua em Lisboa, em 8 de março de 2024 │PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

O sucessor do primeiro-ministro António Costa como líder dos socialistas, Pedro Nuno Santos, já afirmou que não pretende atuar contra a formação de um governo minoritário de centro-direita. Montenegro, candidato da AD, formada com dois pequenos partidos conservadores, já descartou qualquer acordo com a extrema-direita e espera formar uma maioria estável com a ajuda da legenda Iniciativa Liberal (IL).

Na sexta-feira, os candidtaos encerram sua campanha eleitoral. André Ventura, líder do Chega, aposta no voto dos jovens. Em seu último dia de campanha, ele atacou o presidente português Marcelo Rabelo Souza. “É inaceitável que alguém queira dizer ao povo português que um partido jamais governará”, disse Ventura. Segundo o portal Expresso, o líder portugês não é a favor da formação de um governo com os votos do Chega, um partido jovem – foi fundado em 2019 por um ex-comentarista de futebol que virou o carrasco das elites político-econômicas – e aparece com entre 15 e 20% das intenções de voto. Nas eleições legislativas de janeiro de 2022, a legenda anti-imigração – mas não antieuropeia – recebeu 7,2% dos votos e conseguiu 12 cadeiras em um Parlamento de 230 representantes.

Líder do partido de extrema-direita Chega, André Ventura, faz sinal de positivo ao participar num comício de rua em Lisboa, em 8 de março de 2024 │PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

O presidente Rebelo, por sua vez, apelou aos portugueses para que compareçam às urnas e defendeu que neste momento é quando “mais importa” votar, diante dos “tempos muito difíceis” que estão sendo vividos internacionalmente e que se refletem no país. “Os portugueses, em tempos como este, em que as guerras lançaram guerras econômicas e sociais, que esperaríamos superadas pelo fim da pandemia, é nesses momentos que é mais importante votar”, disse Tabelo em uma transmissão ao vivo e recordou que este ano Portugal celebra 50 anos da Revolução dos Cravos que pôs fim à ditadura. Diferente de outros países, a extrema-direita demorou mais que em outras nações para abalar o cenário político, mas a teoria de uma exceção lusitana foi descartada.

Sob o governo socialista desde 2015, quando o Partido Socialista, do ex-primeiro ministro, venceu com mais de 41% dos votos, a economia portuguesa cresceu de maneira sólida aicma dos 2% ao ano, com exceção da queda provocada pela pandemia, em 2020. Contudo, apesar desse resultado positivo, o país segue como um dos mais pobres da Europa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Jovem Pan Read More