Rio Grande do Sul chega a 149 mortos; capital registra 7°C e há risco de geadas em algumas regiões
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou o balanço sobre as vítimas das chuvas no Estado. De acordo com as informações da manhã desta quarta-feira (15), subiu para 149 o número de mortos devido às enchentes que atingem 446 municípios, afetando 2.124.553 pessoas. Atualmente, 108 pessoas estão desaparecidas e os feridos são 806. Foram 76.588 pessoas resgatadas e 11.427 animais salvos. O número de desalojados é de 538.245 e os abrigos atendem 76.580. Uma nova frente fria se aproxima do Rio Grande do Sul, trazendo a previsão de chuvas para quinta-feira (16). De acordo com meteorologistas, as precipitações devem ser menos volumosas do que os temporais que atingiram o estado nos últimos dias, porém ainda há risco de formação de um novo ciclone extratropical na sexta-feira (17). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Porto Alegre (RS) deve ter mínima de 7°C nesta quarta (15) e as baixas temperaturas aumentam o risco de geada. Na região serrana e no sul da Estado os termômetros podem ficar abaixo de 0°C. A subida do Guaíba na terça-feira (14), obrigou mais pessoas a deixarem suas casas. A reportagem da Jovem Pan trafegou de barco pelas ruas da capital na manhã desta quarta-feira.
Chuvas intensas
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sinaliza que o Guaíba atingiu o nível máximo de 5,25 metros na terça(14) e que a tendência é que agora as águas baixem de maneira gradual. Conforme a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), desde o momento em que o nível atingiu 5,25 metros, às 20h15 de terça, a medição variou entre 5,23 e 5,20 ao longo de 12 horas. Às 8h15 desta quarta-feira (15), o Guaíba estava em 5,19. Um levantamento da Climatempo revelou que, nos primeiros 15 dias deste mês, Fontoura Xavier, no noroeste do Rio Grande do Sul, registrou precipitação de quase 1.000 milímetros – volume equivalente a seis meses de chuva na região.
Desdobramentos
Além das vítimas, as equipes de resgate também estão sofrendo com exaustão emocional. Profissionais da saúde e voluntários que atuam nos abrigos estão apresentando sinais de cansaço e desgaste emocional, o que preocupa especialistas. Há também a preocupação quanto ao desdobramento em uma crise sanitária, devido ao contato com a água suja das enchentes. A precocupação é a propagação de doenças e infecções, incluindo diarreia, leptospirose e hepatite, além de dengue, já que o mosquito transmissor tem tendência a se proliferar nesse cenário. Hospitais de campanha instalados em algumas cidades estão se dedicando exclusivamente a esta questão. O governo federal anunciou algumas medidas, como a flexibilização das regras para a Farmácia Popular e o envio de kits com medicamentos, além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou temporariamente a venda de álcool 70%, que havia sido proibida para uso não profissional. O álcool 70% facilita a higienização adequada de locais e objetos afetados pelas águas sujas. O governo federal criou um gabinete para atuar no Estado e o presidente Lula, que novamente foi a Porto Alegre, deve anunciar ainda na manhã desta quarta novas medidas de apoio.
Fonte: Jovem Pan Read More