Em oito meses, países africanos registraram cerca de 19 mil casos e 540 mortes por mpox
Um grupo de 12 países que integram a União Africana (UA) reportou um total de 18.910 casos de mpox e 541 mortes devido à doença até agora em 2024, embora a grande maioria das infecções esteja na República Democrática do Congo (RDC), anunciou a agência africana de saúde pública na terça-feira (20). “Devemos deixar claro que a mpox não é apenas uma doença sexualmente transmissível”, alertou Jean Kaseya, o diretor-geral dos CDC África, denunciando o estigma de que é “uma doença de pessoas homossexuais”. Das mortes, 3.154 foram confirmados por testes clínicos e 15.756 são suspeitas de infecção. Somente na RDC, foco do atual surto e onde a doença é endêmica, houve 17.794 casos e 535 mortes desde o início do ano, declarou Jean Kaseya, diretor-geral dos Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), em entrevista coletiva. Desde a declaração do surto como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Continental pelos CDC África, agência registrou 1.405 casos adicionais e 24 novas mortes – todas na RDC – por mpox nos Estados-membros da UA.
Além da República Democrática do Congo (RDC), os outros países afetados são:
Burundi (com 572 casos e nenhuma morte)
República Centro-Africana (263 casos, nenhuma morte)
República do Congo (169 casos, uma morte)
Nigéria (39 casos, nenhuma morte)
Camarões (35 casos, duas mortes)
África do Sul (24 casos, três mortes)
Libéria (cinco casos, nenhuma morte)
Ruanda (quatro casos, nenhuma morte)
Uganda (dois casos, nenhuma morte)
Costa do Marfim (dois casos, nenhuma morte)
Quênia (um caso, nenhuma morte).
Transmissão do mpox
Mpox é transmitido por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais ou membranas mucosas de animais infectados, mas também por contato pele a pele se houver lesões causadas pela mpox. “Se você está exposto, pode ser infectado. Precisamos garantir que a nossa população entenda isso: precisamos usar a comunicação e envolver as organizações de jovens”, acrescentou, pois os jovens são os que mais estão sofrendo com esse novo surto. O vírus da mpox é responsável por uma doença infecciosa que pode causar inflamação das glândulas e erupções cutâneas dolorosas ou com coceira, incluindo espinhas ou bolhas.
Kaseya insistiu que a agência da UA tem um “plano claro” para adquirir e disponibilizar dez milhões de doses de vacina para os africanos até o final de 2025, que começarão a ser distribuídas nos próximos dias. “Ainda não começamos a vacinar, faremos isso em alguns dias. Estamos trabalhando com todos os países e finalizando os planos continentais com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir que não falte uma única dose dessa vacina cara”, declarou.
O alerta de saúde internacionalmente significativo declarado pela OMS há alguns dias está relacionado à rápida disseminação e à alta mortalidade de uma nova variante (chamada de clado 1b) na África e a um primeiro caso na Suécia de um viajante que esteve em uma área do continente africano onde o vírus circula intensamente.
*Com informações da EFE
Publicado por Sarah Américo
Fonte: Jovem Pan Read More