Dólar fecha em alta de quase 1% com exterior e política monetária no radar
Galípolo era o favorito na corrida para o comando do BC e, embora seja visto como mais próximo à heterodoxia econômica, deu declarações recentes de que não sofre pressões política do governo e que não hesitará em optar por uma alta de juros, caso necessário.
Com máxima a R$ 5,5645 na última hora de negócios, a moeda terminou a sessão cotada a R$ 5,5555, avanço de 0,96% – o que levou os ganhos na semana para 1,39%. A desvalorização acumulada em agosto, que chegou a superar 3%, caiu para 1,76%.
Termômetro do desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subiu mais de 0,50% e voltou a superar os 101,100 pontos. A moeda americana recupera parte das perdas recentes, deflagradas pela sinalização do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de início de corte de juros em setembro.
Investidores se acautelaram nesta quarta à espera do balanço da Nvidia, divulgado após o fechamento do mercado financeiro. Houve expectativa também pela divulgação da segunda leitura do PIB americano na quinta, 29, e do índice de preços de gastos com consumo (PCE na sigla em inglês) na sexta, 30 – eventos que podem ajudar a calibrar as expectativas para a magnitude do corte de juros nos EUA.
Entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes, apenas o peso mexicano se apreciou. A moeda mexicana se recuperou do tombo da terça diante da informação de que a presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, teria pedido menos pressa na tramitação do projeto de reforma do judiciário.
Por aqui, chamou a atenção o tom mais duro de Campos Neto. Ele disse que o IPCA-15 de agosto, divulgado na terça, “veio um pouco melhor”, mas ainda não “dá conforto” ao Copom. “Temos enfatizado que o BC vai fazer o que for preciso para atingir a meta”, disse Campos Neto.
O presidente do BC repetiu que a autoridade monetária esteve prestes a intervir no mercado de câmbio durante a depreciação aguda do real no início de agosto. Ele afirmou que o BC “sempre ali com o dedo no gatilho”, embora tenha ressaltado que só age para evitar disfuncionalidades. Tais afirmações foram vistas por parte de operadores como recado velado de que o BC está atento a eventuais movimentos especulativos exagerados.
Fonte: Jovem Pan Read More