Quem é Hasan Nasrallah, o líder do Hezbollah que Israel diz ter matado
Neste sábado, 28, Israel disse que matou Nasrallah, no que seria o golpe mais significativo contra a milícia xiita após meses de conflito. Não houve confirmação imediata do Hezbollah. Nasrallah nasceu em Beirute em 1960. Estudou para se tornar um clérigo em seminários xiitas no Irã e no Iraque. Ele teria se juntado ao Hezbollah no início da década de 1980, após a invasão israelense do Líbano em 1982. Tornou-se líder do grupo em 1992, após o assassinato de seu antecessor, Sayyad Abbas Musawi, pelas forças israelenses. Nasrallah, 63 anos, liderou o Hezbollah durante a segunda metade da ocupação israelense do Líbano, que durou formalmente 15 anos no final do século XX.
Embora não seja tecnicamente um funcionário público no Líbano, Nasrallah é uma das figuras políticas mais importantes do país. O Hezbollah e seus aliados perderam a maioria nas eleições parlamentares do ano passado, mas ainda detêm a maior parte das cadeiras, em uma época de crise econômica e descontentamento generalizado. Nasrallah é conhecido por seus discursos longos e bombásticos e por seu ceceio pronunciado. Seus seguidores o chamam de “The Sayyed” ou “Abu Hadi” – em árabe, pai de Hadi, seu filho que foi morto em confrontos com tropas israelenses em 1997.
Um de seus momentos de maior triunfo foi durante a guerra de um mês que os militantes do Hezbollah e Israel travaram em 2006: Três dias após o início do conflito, ele estava falando no ar com o canal Al-Manar do Hezbollah e disse que as surpresas que havia prometido estavam prestes a começar. Um navio de guerra israelense foi alvejado na ocasião. “Vejam-no queimar”, disse ele. Walid Phares, um comentarista político nascido no Líbano, disse ao Conselho de Relações Exteriores em 2010 que Nasrallah é visto por alguns no Líbano como uma “figura messiânica”. Em uma reportagem de 2006 do Líbano, Robin Wright, então repórter do Washington Post que visitou Nasrallah em Beirute, escreveu que o rosto de Nasrallah era exibido em protetores de tela de computador, pôsteres e chaveiros. “Os táxis tocam seus discursos em vez de música”, relatou Wright.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: Jovem Pan Read More