Deputado cobra Ministério da Saúde por casos de violência contra gestantes no Hospital da Mulher em São Bernardo

Deputado cobra Ministério da Saúde por casos de violência contra gestantes no Hospital da Mulher em São Bernardo

O deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP) protocolou um requerimento de informações ao Ministério da Saúde sobre as condições de atendimento às gestantes e puérperas no Hospital da Mulher de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo. O requerimento foi motivado pelas denúncias recorrentes de negligência e violência obstétrica, divulgadas na imprensa, e pela sindicância aberta pela Secretaria de Saúde do Município em abril de 2024. Entre as questões apresentadas, o parlamentar busca entender as responsabilidades do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde frente a falhas graves nos protocolos assistenciais nas unidades de saúde do SUS. Ele também quer informações sobre o processo de fiscalização e supervisão dos hospitais que atendem gestantes, com foco específico no Hospital da Mulher de São Bernardo do Campo.

Manente ressaltou a gravidade das denúncias, que incluem relatos de práticas que, se confirmadas, configurariam violação dos direitos humanos e desrespeito às diretrizes de atendimento humanizado. Ele também destacou a necessidade urgente de medidas preventivas e de acompanhamento para assegurar que o atendimento obstétrico siga padrões adequados de qualidade e respeito às pacientes. “Há relatos de práticas que, se confirmadas, configurariam violação dos direitos humanos e das diretrizes de atendimento humanizado estabelecidas pelo Ministério da Saúde”, argumenta Manente. “Considerando o impacto da violência obstétrica e da negligência nos desfechos maternos e neonatais, a resposta do Ministério da Saúde sobre as providências em andamento e medidas preventivas é fundamental para assegurar que o atendimento obstétrico seja realizado dentro dos padrões de qualidade e respeito aos direitos das pacientes”, concluiu.

Além do requerimento, Manente e a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) solicitaram a realização de uma audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, para discutir as condições de atendimento no hospital. A audiência contará com a participação de vítimas de violência obstétrica, como Raíssa Falosi e Eliza Cristina Grana Batista, além de autoridades como o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple Sobrinho, e representantes do Ministério Público e do Ministério da Saúde.

Em resposta, o Ministério da Saúde explicou que adota protocolos específicos para garantir o atendimento humanizado durante a gestação, parto e pós-parto, e que realiza a fiscalização contínua das unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas. O ministério também destacou iniciativas como o PAC Saúde e a Estratégia de Redução da Morbimortalidade Materna, que visam melhorar a infraestrutura das maternidades e qualificar o atendimento obstétrico.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Em abril deste ano, o Hospital da Mulher de São Bernardo do Campo, gerido pela Fundação do ABC, foi denunciado por negligência. Casos como o de uma mulher que ficou com gaze no corpo por 19 dias após o parto e a morte de uma paciente e de um bebê após cesáreas emergenciais culminaram no afastamento de Rodolfo Strufaldi, diretor técnico da instituição.

Veja a nota do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde define os protocolos e procedimentos a serem utilizados nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, reconhecendo como direito da mulher um atendimento justo e humanizado durante a gestação, parto e pós-parto. Para combater a violência obstétrica no Sistema Único de Saúde, a pasta atua ativamente na prevenção e na fiscalização da qualidade dos serviços de saúde, através da elaboração e implementação de normativas, diretrizes, capacitação dos profissionais, monitoramento e qualificação dos serviços.

Entre as ações é possível destacar o PAC Saúde que investe na construção de 36 maternidades e 30 Centros de Parto Normal (CPN) com ambientes que permite a presença do acompanhante e a individualidade da parturiente. Além da Estratégia de Redução da Morbimortalidade Materna, implementada em articulação com a Fiocruz, que consiste na qualificação da gestão e do cuidado obstétrico na Rede de Atenção à Saúde (RAS), presente em todos os estados.

O Ministério da Saúde também colabora com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para realizar monitoramentos periódicos e avaliações das unidades de saúde, o que inclui a coleta de dados sobre a qualidade do atendimento prestado e o seguimento dos protocolos estabelecidos.

Fonte: Jovem Pan Read More