Mais de 370 mil alunos das capitais do Brasil estudam em escolas em áreas vulneráveis a desastres climáticos
Mais de 370 mil crianças que frequentam a educação infantil e o ensino fundamental nas capitais do Brasil estão matriculadas em instituições situadas em áreas vulneráveis a desastres climáticos, como enchentes e deslizamentos de terra. Um estudo realizado pelo Instituto Alana, em colaboração com o MapBiomas e a Fiquem Sabendo, revela que 37,4% dessas escolas não dispõem de áreas verdes, enquanto 20% não têm praças ou parques em um raio de 500 metros.
A pesquisa analisou um total de 20.635 escolas e descobriu que 90% delas localizadas em áreas de risco estão em favelas ou comunidades adjacentes. Dentre essas, 52,4% carecem de espaços verdes. A situação é mais crítica em Salvador, que ocupa a primeira posição no ranking de capitais sem áreas verdes, seguida por outras cidades do Nordeste. Em São Paulo, 39% das escolas também enfrentam essa carência, afetando um total de 374 mil alunos.
Embora a ausência de áreas verdes nas escolas possa ser compensada pela presença de praças e parques nas proximidades, 78% das instituições de educação infantil que não têm esses espaços estão localizadas em favelas. O estudo também evidencia o racismo ambiental, mostrando que 30,1% das escolas com predominância de alunos negros não contam com praças e parques nas redondezas, em contraste com 11,4% das escolas com maioria de estudantes brancos.
A maioria dos alunos em escolas situadas em áreas de risco é composta por estudantes negros, representando 51,3% do total, enquanto apenas 4,7% têm predominância de alunos brancos. Apesar de haver um número maior de escolas públicas nessas áreas, as instituições públicas tendem a ter mais áreas verdes em comparação com as privadas. Contudo, muitas dessas áreas verdes não são utilizadas pela comunidade escolar.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Luisa dos Santos
Fonte: Jovem Pan Read More